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Quando aquele convidado que até então eu não tinha reconhecido caminhou até a minha noiva e a abraçou longamente parabenizando-a pelo casamento, fiquei um pouco desconfiado. Mas quando o beijo do rosto escorregou para o pescoço e vi sobre o ombro direito dele o rosto sorridente daquela que agora é minha esposa, entendi do que se tratava e sorri de volta para ela que se deixava beijar pelo estranho cada vez mais ávido. Logo se desvencilhou do rapaz com medo que nossas famílias a vissem se agarrando com outro homem na festa da nosso casamento, pegou-me pela mão e feio me puxando de volta para onde estavam os convidados. Eu jamais havia dito qualquer coisa para ela, por um misto de timidez e de perder para sempre a mulher da minha vida, mas ela soube ler os meus desejos mais secretos: que mulher! De repente parou, me abraçou e ficou uns bons segundos me olhando com aqueles enormes olhos negros, até que falou: “Tenho uma supresa pra você, meu amado: você não vai ser o único nem o primeiro homem a transar comigo hoje à noite…” Eu não soube o que dizer. O sorriso dela cresceu a ponto de quase fechar-lhe os olhos. Segurou meu rosto com ternura e me deu um beijo: “Está feliz, meu amor?”