#Repost @neurosehq with @repostsaveapp · · · O ser humano está obsoleto e foi substituído por robôs. “Nem Todo Robô” mostra um mundo onde a Inteligência Artificial decidiu que a humanidade deve ser protegida dela mesma e assumiu o controle da sociedade. Cada família passou a ter um Domestibot que faz o papel de provedor da família: quem trabalha e sustenta a casa é ele.
Isso poderia parecer uma utopia, mas problemas sociais ainda existem. Os Domestibot guardam ressentimentos por ter que trabalhar e sustentar humanos que se sentem inferiores nesta nova sociedade. Um terreno fértil para conflitos.
Com roteiros de Mark Russel, “Nem Todo Robô” faz um exercício de imaginação colocando a toxidade masculina do outro lado da situação. Homens dependentes e assustados com conviver com Robôs rancorosos. @manruss teve a ideia da história quando surgiu o movimento MeToo, um movimento feminino que chamou a atenção do abuso sofrido nas mãos de homens no poder.
Mike Deodato mostra mais uma vez que seu talento vai muito além das cenas de ação e luta. A arte que @mikedeodato faz na HQ expõe o drama e a tensão das cenas. A qualidade e a variedade que encontramos nos robôs é surpreendente, inclusive mostrando a emoção do robô no momento. Deodato ainda presentea o leitor com easter eggs ao desenhar alguns dos personagens.
Uma HQ que faz jus ao catálogo da @canalcomixzone, uma história com críticas sociais e que levanta questionamentos sobre a posição do homem na sociedade, em uma família e as consequências de sua toxidade. E com um timing perfeito, pouco depois da HQ ser lançada, “Nem Todo Robô” foi indicada ao Eisner Awards 2022 nas categorias “Melhor Nova Série” e “Melhor Série de Humor”.
“Nenhum ser humano nos é desconhecido, pois sabemos por nós próprios o que é um ser humano: o que é esse pulsar de medo e de desejo, essa mistura de escassez e de prodigalidade, esse mapa que cruza o pó da terra com o pó das estrelas.” - José Tolentino de Mendonça, in Revista Expresso