#corpo gordo

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“Eu não consigo contar quantas vezes deixei de sentar na praia, com os pés no mar, porque eu tive

“Eu não consigo contar quantas vezes deixei de sentar na praia, com os pés no mar, porque eu tive vergonha… Vergonha do corpo que não se encaixava no padrão, vergonha da barriga que não é negativa, vergonha das dobras que só eu parecia ter. Vergonha do que poderiam concluir a meu respeito.

Um dia parei pra pensar: eu já sei tudo a meu respeito e só eu posso saber mesmo, só eu sei o que esse corpo já passou e já viveu pra chegar aqui, nesse beira-mar. .
Fui tomada por uma revolta: como alguém se acha no direito de me julgar pelo formato do meu corpo, sem sequer me conhecer ou saber minha trajetória?!? Ah, que prepotência…

Então, conclui: nada tenho a fazer pra mudar como as pessoas se sentem em relação a mim. Não tenho tempo para contar a elas todos os anos que vivi e tudo que passei até aqui. […] Não tenho mais tempo para alimentar culpas de crimes que não cometi. Meu corpo não é um crime, meu corpo é arte. Não tenho tempo para perder com quem não consegue ver beleza na minha história e com quem não consegue enxergar além do próprio preconceito. Tirem os padrões do meu corpo, mas saibam, acima de tudo, que o corpo é meu e só eu posso decidir o que cabe ou não a ele.”

O texto e a foto que inspirou o desenho são do insta de Ju Romano.


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