#jornada

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Música recomendada: Hypnosis - Benjamin Martins ( https://www.youtube.com/watch?v=7fxiV43psgI )




A mentira mais bem contada para nós, peregrinos, é a de que você eventualmente se acostuma com a solidão. Mas como é possível me acostumar com esse aperto no peito, com essa certeza de que nada nessa vida é eterno, nem a grama em que caminho, nem as pessoas que passam por mim, apenas a minha jornada e essa impiedosa solidão?

Eu fecho meus olhos e vejo minha vida como se fosse um livro. Eu leio meus capítulos e revivo cada momento em que passei com meus amados, do amor e do carinho que recebi deles aos dias em que chegava em casa e abraçava o meu radiante jardim de girassóis. Quando você se dá conta da sua solidão, isso te faz querer desistir de tudo, te faz querer voltar para sua casa, para seus amigos, para sua família… Só nem sempre isso possível. Com cuidado, eu fecho meu livro e o aperto contra o meu peito em um abraço de pura ternura e saudade.

Quando a dor da solidão não me permite dormir, eu tento olhar para as estrelas em busca de paz. O céu noturno me trás lembranças, lembranças de quando eu ainda contava os infinitos pontos brilhantes acima de mim em vez de prestar atenção nos espaços vazios entre eles. Cansado de segurar minhas lágrimas, eu permito que elas desçam pelo meu rosto na esperança de que esses brilhos estelares me emprestem um pouco da sua luz para acalentar o meu vazio.

Eu olho para as estrelas na esperança de que eu não seja o único sofrendo na quietude da noite.


The Everlasting Pilgrim


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Poucos dias se passaram desde que deixei o conforto da cidade e de meus amigos. Como uma chuva de verão que vem e vai sem aviso, fui embora sem antes me despedir. Amigos, colegas, amores, tudo está para trás agora. Você deve estar pensando que eu sou um babaca, que não me importo com os sentimentos dos outros, talvez até que sinto prazer com isso. Mas não.

Faz pouco mais de uma semana desde que saí e sinto como se a saudade fosse esmagar meu peito, cedo ou tarde. A melancolia que sinto durante o dia não é nada comparada com a solidão da noite. Sobreviver é a única coisa que me mantém são nessas horas.

Às vezes eu olho para os céus e me pergunto por quê. Me pergunto se existe um motivo para fazer o que estou fazendo, se esse sofrimento é realmente necessário. Fecho meus olhos para as estrelas, tentando sentir uma resposta do universo, uma vibração, um som, um mínimo de vento no rosto que me diria “sim” ou “não”, literalmente qualquer coisa. Mas tudo o que sinto é ansiedade e medo de ter feito a coisa errada.

Desde que comecei a entender minha jornada nessa vida, muita coisa mudou dentro de mim. Quando você muda, você incomoda. Seus familiares brigam e te questionam o que está acontecendo, mas você não sabe dizer pois você não se sente estranho. Seus amigos te julgam e te excluem, te tratando com completa indiferença e desdém, mas você não entende o por quê. Seu amor te estranha e se afasta, até que um dia, com o olhar carregado da maior tristeza do mundo, te diz “eu já não te conheço mais”, e seu mundo desmorona.

Nessa hora, todas as boas lembranças que você tem dessas pessoas, todos os momentos divertidos que vocês passaram juntos, tudo se torna dor. Lembrar torna-se apenas mais um sofrimento, uma nova pergunta autodestrutiva para a lista já nada gentil. Enquanto o tempo passa, toda a parte boa é lentamente corrompida pela ínfima, porém intensa, parte ruim do final, até que não sobra nada. Não há mais boas lembranças dessas pessoas que você amou.

Minha jornada ainda é longa e por isso devo partir agora, enquanto nossas lembranças uns dos outros ainda são calorosas e valiosas. Talvez eu seja egoísta em querer ter só boas lembranças de vocês comigo, mas não posso deixar que o ciclo se repita. Deixo com vocês um grande pedaço de mim e levo comigo um pedaço de cada um de vocês. Busco por algo que ainda não compreendo, um propósito que desconheço, e que só eu saberei o que é quando encontrar. Mas saibam que as lembranças que levo de vocês servirão como lamparinas que iluminarão o meu caminho escuro. Isso não é um adeus, apenas um até logo, até que nossos destinos decidam se encontrar mais uma vez.

Pois essa é a minha jornada. Essa é a minha eterna peregrinação.



The Everlasting Pilgrim
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