#phelipe lawliet

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“Admirável mundo fodido.”

olhe nos meus olhos,

consegues ver a dor?

se sim, então sente-se e chores comigo,

pois estou sozinho e tenho medo

desse mundo que se esqueceu o que é amor.

senão teus lábios, o que me acalma?

senão teu abraço, o que me acalma?

senão teu sorriso, o que me acalma?

senão o amor, o que desvasta minha alma?


não há saídas, sequer portas

não há motivos, sorrisos, textos

(nem malditas portas)

as palavras que falo saem todas tortas,

como vou sair desse labirinto se, nem sequer, há portas?


eu corro, gritando teu nome como que num clamor,

senão tua luz, o que me conforta?

se me queres ao teu lado, então diga,

pois odeio o fato de não falares, nunca, o que pensas.

se segui anos por falsas rotas,

por quê não falas, então, meus erros

e pare de sorrir falsamente toda vez que falo

que você é a única que me importa?


escrevo dia à dia uma utopia,

no qual pessoas se separam cada vez mais,

por motivos que nem sei mais,

se não, não conseguirão ter o seu mais,

porque a ganância é tudo que sobrou,

e de admirável esse mundo não tem nada.


então, consegue ver a dor nos meus olhos?

consegue sentir o peso das minhas palavras?

se sim, sente-se e chores comigo.

não há mais motivos para sorrir,

senão pela minha própria dor que, sem querer,

se tornou uma piada para você,

assim como fato de que, antes, isto era sobre amor,

mas pensei tanto que até eu

o esqueci.


— Phelipe Lawliet.

(07.10.19)

jxniest

“Inferno.”

se o inferno existisse,

você seria a rainha, não acha?


sua voz tremia o meu mundo.

quantas vezes me desmoronou?

quantas vezes me destruiu?


eu sou o Japão,

você os Estados Unidos,

suas palavras são as bombas;

Hiroshima e Nagasaki, meu peito.


você fez eu me sentir o próprio Lúcifer

e é por isso que eu estou queimando internamente.

(eternamente.)

precisou de pouco menos que um beijo,

foi apenas um desejo, um sonho

ou uma maçã…


(“você me ama?”)


a liberdade abaixo do paraíso,

o inferno de epifanias

(puro prazer…)


cortou minhas asas,

arranhou minhas costas,

olhou-me nos olhos

e eu repito: “você me ama?”

e você diz “sim.”

com seus olhos dizendo não.


você me fodeu

(a cabeça)

é um anjo caído, traiçoeiro,

porém irresistível.

e eu, que costumava ser o rei desse inferno,

agora fico de joelhos

nesse “algo” doentio.


— Phelipe Lawliet.

(05.10.19)

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