#poemasautorais

LIVE

finda o dia.

não cantei,

nem chorei.

também não ri,

na verdade,

sequer tentei;

mas senti.

por cada segundo

em que o sol esteve aqui

eu sofri

calado.


o que há de errado?

completamente quebrado.

você o deixou de lado.

cuspiu, pisou, chutou…

mas que injusto,

corações só podem sentir…


preferi tentar esquecer,

e me arrefecer

com essa canção

que não tem melodia,

é só poesia,

repleta de rimas

e fora do tom.


do tom sarcástico,

não têm romance,

nem flores… então dance!

coração apenas sente,  não grita…

então não minta dizendo que queria sentir…

sinta!


o coração pisado

não gritou,

nem chorou,

ou sorriu…

apenas sentiu.


quem sou eu pra gritar dor

se sabia que o amor

era vil?

eu sabia exatamente

o tamanho do pavil,

mas fiz questão de esquecer

do estrago da explosão.


mas agora, pouco importa.

finda a noite,

e, no final,

ninguém está errado.

(eu apenas senti…)

enquanto você esteve aqui

eu sofri

calado.



phelipe.

(03.07.2020)

inquietude.

num campo de lírios

escrevi meu último verso.

me pus do avesso e confesso…

confesso que doeu;

mas não nego que gostei.


num campo, delírios

me fazem acordar de um sonho etéreo

(e eu vivo sonhando),

me fazem sentir um medo surreal

(e eu vivo com medo)

me fazem querer viver

(e eu vivo estando morto)

me fazem querer sorrir

risos que há muito se foram…


deixei meu eu apodrecer.

desse eu, que não sobre nem os fios!

minha alma vaga num canto qualquer,

mas ainda cinto a maciez

do campo de lírios.


pensar me faz querer escrever.

escrever sobre o que

se nem sei se consigo?!

deixei o meu corpo em um canto qualquer,

e minha alma, deitada, chora

num campo; delírios.


num campo de lírios

perdi meus passos

e fui feito de otário

por não acreditar

que eram, minhas lágrimas, uma virtude.

num campo, delírios me cercam

de lírios;

e eu me afundo na minha

inquietude.


phelipe.

(20.01.19)

caos bom.

você, meu bem,

minha vida, meu bom caos.

nessa dança, meu bem,

faça-me esquecer que sou normal.


você, meu bem,

meu porto, meu cais.

os seus olhos, meu bem,

encantam-me de uma forma paranormal.


você, meu bem,

meu eixo, meu desejo.

perco-me nas nuances do teu beijo,

banho-me na tua tempestade.


você, meu bem,

meu bom caos, agridoce.

com sua empolgação empolgante,

apenas me conte como foi seu dia.


você, meu bem,

é a razão pelo meu sorriso,

que há meses não aparecia.

é aquela que me enlouquece,


mas de uma forma

boa.


—phelipe.

(10.01.20)


satart

você fez merda.

tem noção do que ‘cê fez?

(fez questão de me dizer)

sabe quanto tempo eu levei.

pra perder o medo de amar,

só pra te amar como amei?

só pra me entregar como me entreguei?


me ferrei.

(eu entendi)

me fodi.

(você fez merda.)

mas eu tentei…


cara, não haja como se não soubesse,

só piora.

'cê literalmente me deixou de lado,

usou e jogou fora.

(não diga que me amou, pois só piora.)


porra, eu te amei!

me ferrei. me entreguei

e me fodi.

(depois de tudo que eu senti…)

achei que 'cê era diferente, e era.

diferente de mim, você não se importa em foder com os outros.


eu te odeio.

(saia da minha frente…)

como você pôde?

(por favor…)

pensei que 'cê tinha mudado…

(não consigo mais olhar pra você)

—curioso.

mas continua a mesma…

(não te reconheço mais).


eu te odeio.

(eu não…)


—phelipe.

(21.12.19)

linda.

sorria, como se estivesse sendo filmada.

gargalhe, como se não houvesse dor.

(sei que o mundo anda gris, mas)

eu sei que você ama Janis

então… dance, como se não houvesse amanhã.


nós cantamos alto, já é tarde.

mas se nem estou alto, está cedo.

cedo demais para perdermos tempo,

então deixe-me te ajudar com essas roupas,

quero escrever uma poesia no teu corpo.


é inevitável. adoro quando, sem querer,

escapam algumas melodias

enquanto te tenho, meu mundo, nos lábios.

olhos sedentos… corpos em chamas.

enquanto me chamas,

me chamas…

(me chamas pelo nome…)


nós fazemos arte.

(ao som de Kurt…)

na dança dos lábios, união,

conexão.

ao fim, é impossível não te admirar.

(olhe para mim)

você está linda.

(olhe pra nós)

tão perdidos.

(consegue ver?)

a noite nem começou.

(você é tão linda…)

e já não quero que acabe.


—phelipe.

(21.12.19)

você.

você e eu,

uma música e um maço,

uma noite quente de março

e o seu sorriso;

e o seu beijo


você. você. e eu?

você e eu.

e nossas piadas.

e nossas danças.

e nossa perdição…

você é minha perdição…

você. você… e eu. que eu?


o eu apaixonado,

encantando por tanta beleza,

o eu que te guarda na memória,

o eu que te carrega no coração.


quem te ama sou eu. quem sou eu?

amo quem? quem é você?

você é você? sou eu e você?

sou eu e eu? você e eu…

você ou eu?


quem sou eu? sou eu quem escrevo pra você.

pois eu não sei, mas eu te amo.

isso é amor? amor, amar, eu amo? amo quem?

você?

mas quem é você, que nem existe?


—phelipe.

(21.12.19)

“Eu cresci.”

Eu espero que você esteja bem.

Sinceramente, espero que o tempo te ajude.

Eu cresci, amor, não enxergo mais as coisas como antes.

Entendi, amor, que às vezes um amor não é relevante.


Aprendi que o tempo passa,

acredite quando digo que ele nos ajuda.

Eu cresci, amor, não espero as coisas acontecerem como antes.

Eu entendi, amor, o quanto você me achava insignificante.


Mas, quem sabe, o tempo me ajude também,

na verdade, o destino é sempre um vilão do bem.

Eu cresci amor, não te amo mais como antes.

Entendi, amor, que o coração não é algo pra se guardar numa estante.


Onde, então, deixei todas essas palavras,

as guardei, as esqueci… e agora? o tempo passa.

Eu cresci, amor, e agora escrever me cansa.

Entendi, amor, que todo nosso romance foi apenas coisa de criança.


São tantas versões de mim que, quando escrevo, quase não me vejo.

Fiz de tudo pra me expressar, mas de noite, nos meus sentimentos eu sempre me perco.

Eu cresci, amor, e o que há de errado com isso?

Entendi, amor, que assim como o meu cigarro,

você foi apenas mais um vício


só que você eu já superei.


— Phelipe Lawliet.

(11.12.2019)

“Admirável mundo fodido.”

olhe nos meus olhos,

consegues ver a dor?

se sim, então sente-se e chores comigo,

pois estou sozinho e tenho medo

desse mundo que se esqueceu o que é amor.

senão teus lábios, o que me acalma?

senão teu abraço, o que me acalma?

senão teu sorriso, o que me acalma?

senão o amor, o que desvasta minha alma?


não há saídas, sequer portas

não há motivos, sorrisos, textos

(nem malditas portas)

as palavras que falo saem todas tortas,

como vou sair desse labirinto se, nem sequer, há portas?


eu corro, gritando teu nome como que num clamor,

senão tua luz, o que me conforta?

se me queres ao teu lado, então diga,

pois odeio o fato de não falares, nunca, o que pensas.

se segui anos por falsas rotas,

por quê não falas, então, meus erros

e pare de sorrir falsamente toda vez que falo

que você é a única que me importa?


escrevo dia à dia uma utopia,

no qual pessoas se separam cada vez mais,

por motivos que nem sei mais,

se não, não conseguirão ter o seu mais,

porque a ganância é tudo que sobrou,

e de admirável esse mundo não tem nada.


então, consegue ver a dor nos meus olhos?

consegue sentir o peso das minhas palavras?

se sim, sente-se e chores comigo.

não há mais motivos para sorrir,

senão pela minha própria dor que, sem querer,

se tornou uma piada para você,

assim como fato de que, antes, isto era sobre amor,

mas pensei tanto que até eu

o esqueci.


— Phelipe Lawliet.

(07.10.19)

jxniest

“Inferno.”

se o inferno existisse,

você seria a rainha, não acha?


sua voz tremia o meu mundo.

quantas vezes me desmoronou?

quantas vezes me destruiu?


eu sou o Japão,

você os Estados Unidos,

suas palavras são as bombas;

Hiroshima e Nagasaki, meu peito.


você fez eu me sentir o próprio Lúcifer

e é por isso que eu estou queimando internamente.

(eternamente.)

precisou de pouco menos que um beijo,

foi apenas um desejo, um sonho

ou uma maçã…


(“você me ama?”)


a liberdade abaixo do paraíso,

o inferno de epifanias

(puro prazer…)


cortou minhas asas,

arranhou minhas costas,

olhou-me nos olhos

e eu repito: “você me ama?”

e você diz “sim.”

com seus olhos dizendo não.


você me fodeu

(a cabeça)

é um anjo caído, traiçoeiro,

porém irresistível.

e eu, que costumava ser o rei desse inferno,

agora fico de joelhos

nesse “algo” doentio.


— Phelipe Lawliet.

(05.10.19)

“Alarme do amor ”

O celular toca

e vibra, pulsante,

mais do que o próprio coração.


Numa distopia assustadora

na qual o amor

se equivale a uma notificação.


No fim, somente uma forma

de aumentar o próprio ego—

não nego. — Onde, então,

está meu amor, senão à dez metros?


A paixão só é verdadeira

quando os olhos brilham

e o peito se transforma num carnaval carioca.


Será que devo confiar

meu sentimento mais valioso

num aplicativo,

mesmo sabendo que a única que amo é você,

ou devo por um escudo,

para evitar-lhe, até que eu seja notificado

por um outro alguém?


O que sei é que o amor é bem mais

do que isso que está aqui no meu peito,

e se eu não sou capaz de defini-lo, descreve-lo,

quem dirá uma máquina que sequer pode sentir

como é olhar nos seus olhos.


— Phelipe Lawliet.

• Inspirado no dramaLove Alarm”(OriginalNetflix).

(18.09.19)

“Verão.”

Teu sorriso é radiante como o sol.

Sei que é clichê, mas é verdade.


Todo dia penso em te mandar um “oi”,

Mas sempre parece tarde.


Acredito que, pro amor,

Não há meio termo, senão amar.

O problema é que eu te amo,

E você só… sei lá.


Detesto pensar demais

Nas coisas que já se foram, entretanto—

Me engano— Esse tsunami de sentimentos

Está longe de ter um fim.


E eu sei que já, já chega o verão,

Mas o único calor que quero sentir

É do teu corpo no meu.


E se for pra chover, que seja durante nosso beijo

(Seu olhar no meu é tudo que eu desejo)

Pois te amo com tanto clichê,


Que isso tudo é quase um livro.


— Phelipe Lawliet.

(30.08.19)

loading