#poetas no tumblr

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“Você fuma.

Sabe que vai te matar, então fuma.

Desejando, secretamente, a última tragada.

E vão cigarros, maços, dias e noites.

E continua vivendo.

Você fuma, desejando a última tragada.

A mais forte, que ninguém gosta, a mais amarga e tóxica.

Você fuma, desejando a última tragada, aquela que nunca chega.

Então continua vagando por aí no seu casco vazio, implorando pela última tragada.

E ela nunca chega…”

-Constelação

“Encarei meu reflexo no espelho, ele me olhou de volta. Ficamos nessa brincadeira de se ver por um tempo:

- Quem és tu? – ousei perguntar.

Nada me respondeu, continuou me olhando profundamente como se quisesse saltar do espelho e me atacar:

- Quem és tu? – repeti novamente evidenciando minha ânsia por resposta.

O silêncio prevaleceu novamente, ainda estávamos frente a frente, com seus olhos felinos nos meus, como se lesse o íntimo do meu ser, suspirei derrotada e abaixei a cabeça. Em minha defesa, estava num delírio interno e realmente queria uma resposta. Insistente, tornei minha cabeça para encarar-lhe, seus olhos voltaram-se a mim, dessa vez mais profundos, com um ar de graça:

- Quem és tu? – disse jurando para mim que era a última vez que perguntaria isso.

Nesse momento, juro que ouvi uma resposta, uma voz não vociferada, mas dita, com um tom zombeteiro:

- Eu sou você.

Neguei com a cabeça e ri em escárnio. Que reflexo mais ousado! Nem eu sou eu…”

- Constelação 

“Ciúme.”

foi como uma facada…

talvez um tiro,

quem sabe um soco?

ou, então, um empurrão pro abismo.

ardeu como fogo.

incendiou meu peito,

fez da minha cabeça cinzas,

mas não é raiva.

talvez tristeza,

quem sabe arrependimento,

ou então nada.

na verdade — confesso…

tem nome:

ciúme.

— Phelipe Lawliet.

(11.08.19)

e o efeito

me tonteia

me prende aqui

como teia,

como força maior

me semeia,

entre os dedos,

nuvens,

areia.

— Phelipe Lawliet.

(04.05.2019)

finda o dia.

não cantei,

nem chorei.

também não ri,

na verdade,

sequer tentei;

mas senti.

por cada segundo

em que o sol esteve aqui

eu sofri

calado.


o que há de errado?

completamente quebrado.

você o deixou de lado.

cuspiu, pisou, chutou…

mas que injusto,

corações só podem sentir…


preferi tentar esquecer,

e me arrefecer

com essa canção

que não tem melodia,

é só poesia,

repleta de rimas

e fora do tom.


do tom sarcástico,

não têm romance,

nem flores… então dance!

coração apenas sente,  não grita…

então não minta dizendo que queria sentir…

sinta!


o coração pisado

não gritou,

nem chorou,

ou sorriu…

apenas sentiu.


quem sou eu pra gritar dor

se sabia que o amor

era vil?

eu sabia exatamente

o tamanho do pavil,

mas fiz questão de esquecer

do estrago da explosão.


mas agora, pouco importa.

finda a noite,

e, no final,

ninguém está errado.

(eu apenas senti…)

enquanto você esteve aqui

eu sofri

calado.



phelipe.

(03.07.2020)

inquietude.

num campo de lírios

escrevi meu último verso.

me pus do avesso e confesso…

confesso que doeu;

mas não nego que gostei.


num campo, delírios

me fazem acordar de um sonho etéreo

(e eu vivo sonhando),

me fazem sentir um medo surreal

(e eu vivo com medo)

me fazem querer viver

(e eu vivo estando morto)

me fazem querer sorrir

risos que há muito se foram…


deixei meu eu apodrecer.

desse eu, que não sobre nem os fios!

minha alma vaga num canto qualquer,

mas ainda cinto a maciez

do campo de lírios.


pensar me faz querer escrever.

escrever sobre o que

se nem sei se consigo?!

deixei o meu corpo em um canto qualquer,

e minha alma, deitada, chora

num campo; delírios.


num campo de lírios

perdi meus passos

e fui feito de otário

por não acreditar

que eram, minhas lágrimas, uma virtude.

num campo, delírios me cercam

de lírios;

e eu me afundo na minha

inquietude.


phelipe.

(20.01.19)

caos bom.

você, meu bem,

minha vida, meu bom caos.

nessa dança, meu bem,

faça-me esquecer que sou normal.


você, meu bem,

meu porto, meu cais.

os seus olhos, meu bem,

encantam-me de uma forma paranormal.


você, meu bem,

meu eixo, meu desejo.

perco-me nas nuances do teu beijo,

banho-me na tua tempestade.


você, meu bem,

meu bom caos, agridoce.

com sua empolgação empolgante,

apenas me conte como foi seu dia.


você, meu bem,

é a razão pelo meu sorriso,

que há meses não aparecia.

é aquela que me enlouquece,


mas de uma forma

boa.


—phelipe.

(10.01.20)


satart

você.

você e eu,

uma música e um maço,

uma noite quente de março

e o seu sorriso;

e o seu beijo


você. você. e eu?

você e eu.

e nossas piadas.

e nossas danças.

e nossa perdição…

você é minha perdição…

você. você… e eu. que eu?


o eu apaixonado,

encantando por tanta beleza,

o eu que te guarda na memória,

o eu que te carrega no coração.


quem te ama sou eu. quem sou eu?

amo quem? quem é você?

você é você? sou eu e você?

sou eu e eu? você e eu…

você ou eu?


quem sou eu? sou eu quem escrevo pra você.

pois eu não sei, mas eu te amo.

isso é amor? amor, amar, eu amo? amo quem?

você?

mas quem é você, que nem existe?


—phelipe.

(21.12.19)

“Eu cresci.”

Eu espero que você esteja bem.

Sinceramente, espero que o tempo te ajude.

Eu cresci, amor, não enxergo mais as coisas como antes.

Entendi, amor, que às vezes um amor não é relevante.


Aprendi que o tempo passa,

acredite quando digo que ele nos ajuda.

Eu cresci, amor, não espero as coisas acontecerem como antes.

Eu entendi, amor, o quanto você me achava insignificante.


Mas, quem sabe, o tempo me ajude também,

na verdade, o destino é sempre um vilão do bem.

Eu cresci amor, não te amo mais como antes.

Entendi, amor, que o coração não é algo pra se guardar numa estante.


Onde, então, deixei todas essas palavras,

as guardei, as esqueci… e agora? o tempo passa.

Eu cresci, amor, e agora escrever me cansa.

Entendi, amor, que todo nosso romance foi apenas coisa de criança.


São tantas versões de mim que, quando escrevo, quase não me vejo.

Fiz de tudo pra me expressar, mas de noite, nos meus sentimentos eu sempre me perco.

Eu cresci, amor, e o que há de errado com isso?

Entendi, amor, que assim como o meu cigarro,

você foi apenas mais um vício


só que você eu já superei.


— Phelipe Lawliet.

(11.12.2019)

“Admirável mundo fodido.”

olhe nos meus olhos,

consegues ver a dor?

se sim, então sente-se e chores comigo,

pois estou sozinho e tenho medo

desse mundo que se esqueceu o que é amor.

senão teus lábios, o que me acalma?

senão teu abraço, o que me acalma?

senão teu sorriso, o que me acalma?

senão o amor, o que desvasta minha alma?


não há saídas, sequer portas

não há motivos, sorrisos, textos

(nem malditas portas)

as palavras que falo saem todas tortas,

como vou sair desse labirinto se, nem sequer, há portas?


eu corro, gritando teu nome como que num clamor,

senão tua luz, o que me conforta?

se me queres ao teu lado, então diga,

pois odeio o fato de não falares, nunca, o que pensas.

se segui anos por falsas rotas,

por quê não falas, então, meus erros

e pare de sorrir falsamente toda vez que falo

que você é a única que me importa?


escrevo dia à dia uma utopia,

no qual pessoas se separam cada vez mais,

por motivos que nem sei mais,

se não, não conseguirão ter o seu mais,

porque a ganância é tudo que sobrou,

e de admirável esse mundo não tem nada.


então, consegue ver a dor nos meus olhos?

consegue sentir o peso das minhas palavras?

se sim, sente-se e chores comigo.

não há mais motivos para sorrir,

senão pela minha própria dor que, sem querer,

se tornou uma piada para você,

assim como fato de que, antes, isto era sobre amor,

mas pensei tanto que até eu

o esqueci.


— Phelipe Lawliet.

(07.10.19)

jxniest

“Inferno.”

se o inferno existisse,

você seria a rainha, não acha?


sua voz tremia o meu mundo.

quantas vezes me desmoronou?

quantas vezes me destruiu?


eu sou o Japão,

você os Estados Unidos,

suas palavras são as bombas;

Hiroshima e Nagasaki, meu peito.


você fez eu me sentir o próprio Lúcifer

e é por isso que eu estou queimando internamente.

(eternamente.)

precisou de pouco menos que um beijo,

foi apenas um desejo, um sonho

ou uma maçã…


(“você me ama?”)


a liberdade abaixo do paraíso,

o inferno de epifanias

(puro prazer…)


cortou minhas asas,

arranhou minhas costas,

olhou-me nos olhos

e eu repito: “você me ama?”

e você diz “sim.”

com seus olhos dizendo não.


você me fodeu

(a cabeça)

é um anjo caído, traiçoeiro,

porém irresistível.

e eu, que costumava ser o rei desse inferno,

agora fico de joelhos

nesse “algo” doentio.


— Phelipe Lawliet.

(05.10.19)

“Eu lhe odeio.”

Você me disse algumas palavras bonitas, poucas e nada sinceras. Juro que pensei que havia algo de humano em você, até o dia em que você me destruiu completamente.

Espero que esteja feliz por saber

Que nem meus próprios cacos caídos no chão

Eu fui capaz de pegar.

E que nunca esquecerei a sua voz doce

Me chamando de fracassado e inútil

E que minha dor, por mais fútil que fosse,

Não passava de uma diversão;

Uma piada que colocava em seu rosto um sorriso sádico.

Desde que tudo começou, naquele verão que jamais esquecerei — não importa qual ou quantas drogas eu use — eu lhe amei.

Amei-lhe com tudo o que podia,

Dei tudo o que eu tinha,

Entreguei-me de corpo e alma, como um pacto,

Para, depois de tudo, você olhar na minha cara

Dizendo que nunca me amou.


Mas, sabe, eu lhe amo

E me odeio por isso.

Mas antes eu já não me amava,

Então você só me confirmou

O erro que eu sou;

Logo eu acho que lhe odeio também.


— Phelipe Lawliet.

(Inspirado no anime “OreShura”)

(14.09.19)

“Verão.”

Teu sorriso é radiante como o sol.

Sei que é clichê, mas é verdade.


Todo dia penso em te mandar um “oi”,

Mas sempre parece tarde.


Acredito que, pro amor,

Não há meio termo, senão amar.

O problema é que eu te amo,

E você só… sei lá.


Detesto pensar demais

Nas coisas que já se foram, entretanto—

Me engano— Esse tsunami de sentimentos

Está longe de ter um fim.


E eu sei que já, já chega o verão,

Mas o único calor que quero sentir

É do teu corpo no meu.


E se for pra chover, que seja durante nosso beijo

(Seu olhar no meu é tudo que eu desejo)

Pois te amo com tanto clichê,


Que isso tudo é quase um livro.


— Phelipe Lawliet.

(30.08.19)

“Morena.”

amo-te tanto

que, neste momento,

me faltam palavras.

oh, céus,

sinto que meu peito explodirá de saudade,

senão de tristeza.

estás tão perto que, não ter-te, dói

e tudo que quero é abraçar-te


(e dizer-te que…)


meu peito transborda sentimentos

enquanto escrevo.

meus olhos transbordam sentimentos

enquanto escrevo.

amo-te tanto

que é somente para ti que escrevo,

e sentir teus lábios novamente

é tudo que desejo.


(queria muito dizer-te que…)


espere! não quero que vá,

está tão cedo…

já disse que és a única que desejo,

e que sinto saudade do teu beijo?

dos teus olhos dominantes,

e do cais que é teu peito?

(somos perfeitamente imperfeitos.)


(queria muito dizer-te que…)


a cada dia que passa,

amo-te tanto que

me esqueço das palavras…

e, se isto não é o bastante,

amo-te tanto que, para mim,

somente teu amor basta.

na verdade, o que desejo dizer-te,

sem querer, já disse…


(queria muito dizer-te que…)


amo-te.


— Phelipe Lawliet.

(18.08.2019)

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