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This week I read this paper entitled “Hathor and Isis in Byblos in the Second and First Millenia BCE” and it was interesting understand more the cult dynamic of different goddesses in a important place for the Ancient Egypt commerce.


Byblos was a city localizated close to the current city of Beirut (Lebanon). Some of egyptologists suggested that Byblos was a Egyptian colony in the Old Kingdom (2700-2200 BC). In fact, Byblos served as a port to which Egyptians came for building wood for coffins, boats, and architecture.


Some registers shows that the port city has an ancient and unknown “Mistress of Byblos”. The paper author brings the idea of the goddess Bat being this ancient goddess, because after a several years, the “Mistress of Byblos” was identified as Hathor (Hethert). And these two goddesses have in common the important symbolism of a cow.


In Byblos, Hethert was also conected with the navigation and boats and sometimes she was called “Hathor of Dendera who lives in Byblos”.


The cult of Isis (Aset) increasing in all the Egypt mainly in the New Kingdom and occurred a strong syncretism between her and Hethert. Many of the characteristics and roles of Hethert we also can see in Aset such as the cow iconography. Aset was increasing in cult, power and influence in Egypt as a in Byblos. Even the ancient symbol of the shipping attributed early to Hethert, Aset gained posteriorly.


The thing is, Hethert played an important role for egyptians and alike in Byblos begining in the last half of the third millennium BCE. Aset which appears lately in Byblos, played this important role in the second quarter of the first millennium BCE. Sometimes the “Mistress of Byblos” was called Aset, Aset-Hethert or Hethert-Aset.


*(pt/br)*


Esta semana li este artigo intitulado “Hathor e Ísis em Biblos no Segundo e Primeiro Milênio AC” e foi interessante entender mais a dinâmica do culto de diferentes deusas em um lugar importante para o comércio do Antigo Egito.


Byblos era uma cidade localizada perto da atual cidade Beirute (Líbano). Alguns egiptólogos sugeriram que Biblos era uma colônia egípcia no Reino Antigo (2700-2200 aC). Biblos servia como um porto ao qual os egípcios vinham para construir madeira para caixões, barcos e arquitetura em geral.


Alguns registros mostram que a cidade portuária possui uma antiga e desconhecida “Senhora de Biblos”. A autora do artigo traz a ideia de Bat sendo essa deusa ancestral, pois anos depois, a “Senhora de Biblos” foi identificada como Hathor (Hethert). Essas duas deusas têm em comum o importante simbolismo da vaca.


Em Byblos, Hethert também estava conectada com a navegação e os barcos e às vezes era chamada de “Hathor de Dendera que mora em Byblos”.


O culto a Ísis (Aset) aumentou em todo o Egito principalmente no Novo Império e ocorreu um forte sincretismo entre ela e Hethert. Muitas das características e funções de Hethert também podemos ver em Aset, como a iconografia da vaca. Aset estava crescendo em culto, poder e influência no Egito assim como em Biblos. Até mesmo o antigo símbolo da navegação atribuído a Hethert, Aset ganhou posteriormente.


O fato é que Hethert desempenhou um papel importante para os egípcios e semelhantes em Biblos, começando na última metade do terceiro milênio AC. Aset, que apareceu recentemente em Biblos, desempenhou esse importante papel no segundo quarto do primeiro milênio AC. Às vezes, a “Senhora de Biblos” era chamada de Aset, Aset-Hethert ou Hethert-Aset.


Você sabe o que é a contemplação? Ela é uma parte importante da sua espiritualidade? 

 Hoje convido vocês para aprendermos sobre um aspecto muito importante da medicina do boi, a contemplação. 

 Vem conversar comigo! 

Insta: @ioharaquirino 

Blog: estrelapagan.tumblr.com 

 - Tradição de Bruxaria Green Faerie Brasil - 

 Insta: @greenfaeriebrasil

#paganismo    #bruxaria    #animal de poder    #xamanismo    #contemplação    #contemplar    #deuses    #grande espírito    

E aí, pessoal? 

 Nesse vídeo trago algumas reflexões em comemoração aos meus 10 anos de caminho na bruxaria e no paganismo. E vocês, quais são seus orgulhos no caminho da Arte? Vamos dividir nossas experiências! 

 Vem conversar comigo!

 Insta: @ioharaquirino

Youtube: Estrela Pagã

#paganismo    #bruxaria    #deuses    #espiritualidade    #sacerdotisa    #deuses antigos    #politeísmo    

“Que Heru-sa-Aset possa nos proteger,

Que possa iluminar nossos caminhos

E garantir vitória nas batalhas.


A jornada terá os raios sagrados

De um Sol infinito

e Ele estará unindo as bênçãos dos grandiosos

banhando-nos com a chama que não apaga.


Heru-sa-Aset, filho da poderosa

que foi tão bem cuidado e amado

E agora ama e cuida aqueles que precisam

nos ensina a abraçar os dons

e a liberar a visão.


O herdeiro do trono desperta

nossas mentes e corações

Ele é vencedor e nos carrega para o além!

Ele é puro e nos transmite sua pureza!

Ele é divino e nos mostra a esperança

de vencer as forças terríveis

e continuar nas batalhas da vida!


Heru-sa-Aset, esteja presente!”

Autora:Appalachia

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 7 dias de culto em homenagem ao amor e ferocidade de Bast- DIA 7 -O resumo da semana: impressões

7 dias de culto em homenagem ao amor e ferocidade de Bast

- DIA 7 -

O resumo da semana: impressões & agradecimentos

   Essa semana foi intensa de muitas formas, o objetivo foi ofertar 7 textos (incluindo esse aqui) e outras coisinhas a Bast em agradecimento por Ela ter trago de volta meu gato Harry que tinha fugido de casa. Mas o que vivenciei foi muito além de simples agradecimentos, Bast esteve mais próxima de mim durante todos esses dias e eu me senti muito mais com o pé no mundo espiritual. Apesar de eu já ter clara a imagem da Deusa Bastet na minha mente, pude senti-la de uma outra maneira e acabei tendo vontade de revisitar os posts desse blog, percebendo que desde 2011 eu falo sobre Ela, mesmo que no início fosse de maneira muito inocente sem entender direito a história Dela, eu já tinha um apreço muito grande.

   Bast é para mim uma importante companheira, uma divindade que eu sinto em praticamente todos os meus rituais como uma protetora e senhora dos meus espaços sagrados. Ela já se mostrou muito presente e entendi que quando eu precisar, Bast estará por mim e por muitos dos que eu amo também. Tenho estatuetas Dela espalhadas pelo meu quarto e tenho uma vontade enorme de ter uma grande representação Dela na porta da minha casa. Ela é uma das divindades que mais me dão força para continuar nas batalhas da vida, Bast se configura como parte essencial da minha força.

   Nos rituais para Bastet, junto suas estatuetas e monto um altar, oferto cerveja, leite, bolos e flores, crio playlists com músicas que lembram Ela e Kemet, danço e medito, choro e aceito os ensinamentos. Com Bast me sinto mais livre e olho para a vida com mais ânsia de vivê-la, Ela é sem dúvida uma grande inspiração para o meu caminho mágico. E para comemorar, compartilho aqui no blog mais algumas fotos que tirei de Bast e da exposição kemética na minha visita ao Museu do Louvre em 2019 (eu estava cansada, mas reparem na casa de felicidade):

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Autora: Appalachia (Iohara Quirino)


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Fiquei refletindo no que eu poderia escrever no segundo dia em homenagem a Bast, já que na última po

Fiquei refletindo no que eu poderia escrever no segundo dia em homenagem a Bast, já que na última postagem comentei um pouco sobre a origem do culto, enfatizando os arquétipos Dela enquanto protetora e devoradora. Cheguei à conclusão que talvez fosse interessante me debruçar um pouco mais sobre os locais de culto de Bast em Kemet (Egito). Espero que gostem! Dua Bast!

7 dias de culto em homenagem ao amor e ferocidade de Bast

- DIA 2 -

Locais sagrados para Bastet

   Algumas semanas atrás eu tive um sonho bem interessante em que eu estava numa casa do interior nordestino brasileiro repleta de gatos com uma espécie de aura sagrada. No próprio sonho me perguntei se aquilo (vários gatos unidos em um local) era uma forma moderna de identificarmos a presença da energia de Bast. Claro que essa divindade vai muito além do que a representação do animal gato em si, cuidadora dos bichanos não é o único arquétipo Dela. Mas o sonho me fez refletir sobre como eram os locais sagrados para Bast já que hoje todos os templos dedicados a ela estão em ruínas no Egito. Decidi então revisitar principalmente a cidade de Bast em Kemet, Per-Bast, ou Bubastis em grego, a atual Tell Basta que fica no Baixo Egito.

   A terra de Per-Bast (“o domínio de Bast”) foi explorada pela primeira vez em 1887 por Édouard Naville, sendo escavada inúmeras vezes durante o correr dos anos. O grande culto da Deusa Bast neste local é mais recente em termos históricos, mas existem registros antigos em Memphis, onde ela provavelmente era associada a Sekhmet. Milhares de fragmentos de pedra de sepultamentos da 2ª dinastia (2800 anos antes da Era Comum) foram descobertos em Memphis, alguns contendo inscrições curtas mencionando divindades, incluindo uma Bastet retratada como mulher com cabeça de leoa, além de sacerdotes e um possível local de culto a Ela.

   Bast teve culto em outros locais além de Memphis e Per-Bast, como em Heliópolis, onde era considerada “Filha de Tem”, por uma possível conexão com Tefnut. Ela também era cultuada em Herakleopolis, numa cidade chamada “Colina de Bast”; no Delta Leste, onde era vista como “Ba-ir-Ra-st nas Águas de Ra” e em Denderah por meio de seu sincretismo com Het-hert (Hathor). Em alguns locais Denderah é referida como a “Bubastis do Sul”, que talvez seja um indício da adoração à Bast ser nacional e não apenas regional.

   Não foi entrado em consenso sobre como o culto de Bast mudou de sua residência inicial em Memphis e se encaminhou até Per-Bast (Bubastis). Existe uma teoria de que, no início do terceiro milênio, leões viviam no Delta (na área da atual Tell Basta) atraídos por grandes criações de gados, consequentemente os keméticos da época poderiam ter iniciado sua adoração observando principalmente as leoas que trazem em sua própria biologia a característica de serem exímias caçadoras. O primeiro atestado de Bastet em Per-Bast data do reinado de Pepi I da 6ª dinastia (por volta de 2270 antes da Era Comum). Uma das evidências para isso vem do acabamento superior da porta decorada no templo Ka do rei, mostrando Bastet e Hathor. A partir do Novo Império, o culto a Bastet teve uma grande popularidade, principalmente quando foi para fora do Egito, seus templos em Sakkara e Alexandria são testemunhas desse culto cada vez mais relacionado às grandes cidades, atraindo estrangeiros de várias culturas.

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   Em suas viagens pelo Egito, o famoso historiador grego Heródoto descreveu templos, mitologias e suas próprias percepções da cultura kemética. É importante frisar que o material produzido por ele não pode ser levado como uma verdade absoluta do que aquilo um dia foi, mas tem grande importância enquanto pistas. E por volta de 450 anos antes da Era Comum, Heródoto foi a Per-Bast e descreveu o templo da Deusa felina, assim como “Bastet Triunfante”, o aparentemente famoso festival anual em homenagem à Bastet. Sobre o festival, ele menciona:

“[…] quando eles estão vindo para a cidade de Bubastis, fazem o seguinte: navegam homens e mulheres juntos e uma grande multidão de cada sexo em cada barco; algumas das mulheres têm chocalhos, enquanto alguns dos homens tocam flauta durante todo o tempo da viagem, e o resto, mulheres e homens, cantam e batem palmas; e quando eles navegam e chegam em frente a qualquer cidade no caminho, trazem o barco para a terra, e algumas das mulheres continuam a fazer o que eu disse, outras choram e zombam das mulheres daquela cidade, algumas dançam e alguns se levantam e puxam suas vestes. Eles fazem isso em todas as cidades ao longo da margem do rio; e quando eles vêm para Bubastis, realizam um festival celebrando grandes sacrifícios, e mais vinho é consumido naquele festival do que durante todo o resto do ano. A este lugar (assim dizem os nativos) eles se reúnem ano a ano até o número de setenta miríades de homens e mulheres, além de crianças.” (Hd. II, 60)

   Dentro da discussão acadêmica, a natureza desses eventos está ligada à fertilidade dos gatos e seu comportamento durante a estação de acasalamento, de acordo com essa visão, os celebrantes poderiam estar explorando essa fertilidade em suas próprias vidas. Outras evidências documentam a embriaguez e atividades que violavam intencionalmente os padrões sociais aceitos na época, esse tipo de comportamento diferente em celebrações fervorosas aparentemente agradava às deusas egípcias, especialmente aquelas que apareciam como leoas - Bastet e Sekhmet, mas também Mut e Hathor.

   Heródoto também descreveu o templo antigo de Per-Bast, onde mencionou principalmente dois canais com cerca de 30 m de largura, que circundavam o edifício de uma forma que parecia uma ilha, essa informação foi confirmada através de novas pesquisas arqueológicas e geofísicas (para saberem mais procurem os trabalhos da Drª. Eva Lange-Athinodorou). E descobertas recentes em Tell Basta permitiram a reconstrução da arquitetura e decoração de um espaço em que a Deusa Bast é descrita como “Bastet, Senhora do santuário” que aparentemente abrigava uma imagem para procissões. Nas tradições keméticas mais antigas, contam que a estátua de Bastet viajava nos canais sagrados ao redor de seu templo em uma espécie de drama baseado em mitos locais.

   Através de pistas e fatos da arqueologia e da história, podemos tentar entender o que um dia os espaços sagrados de Bastet representavam e como as pessoas provavelmente se comportavam neles. Um ponto importante desta pequena pesquisa, é a descrição da Deusa Bast enquanto “Senhora do santuário”, uma divindade que guarda e é dona de espaços sagrados, remontando a própria origem de culto Dela, intimamente relacionada como a protetora dos locais reais e das duas terras (Baixo e Alto Egito). É interessante também observarmos pistas da probabilidade do culto de Bast ter sido de nível nacional e não apenas presentes em poucas cidades. É notória a importância de Per-Bast para a difusão e grande ponto de poder no culto em massa de Bastet, tentar imaginar como seria naquele período, alimenta nossos sentidos e nos transporta para locais sagrados.

   Mesmo que hoje não tenhamos acesso físico a totalidade desses templos antigos, podemos estar criando dentro de nossas próprias casas espaços de culto para Bast. Que essa maravilhosa Deusa possa ser a Senhora de nossos santuários e continuar nos abençoando!  

“Bastet, a Grande, a Senhora de Bubastis, o Olho de Rá, que está em Behedet, que se senta no trono, que fere os inimigos, que é protegida por deuses”

DUA BAST!  

Autora: Appalachia (iohara Quirino)


  •  Referências

- Bast: Cult Centers in Ancient Egypt por per-Bast.org.

- The Goddess Bastet and the Cult of Feline Deities in the Nile Delta por Eva Lange-Athinodorou.

- The Naos of ‘Bastet, Lady of the Shrine’ from Bubastis por Daniela Rosenow.

- Goddess on the Water: the sacred landscape Bubastis por Eva Lange e Tobias Ullmann.

- “The cat of Bastet” por Nora E. Scott do The Metropolitan Museum of Art Bulletin.

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Poucos dias atrás o meu gato Harry fugiu de casa e fiquei desesperada. Depois de 48h sem ter nenhuma

Poucos dias atrás o meu gato Harry fugiu de casa e fiquei desesperada. Depois de 48h sem ter nenhuma pista para onde ele tinha ido, ficamos sem ideia do que fazer além de tudo o que já havíamos feito. Então fui até meu altar kemético e pedi para que Bast trouxesse ele de volta, oferecendo para Ela 7 dias de culto. Menos de 30 minutos depois encontramos ele. Hoje meu agradecimento começa, mas tenham certeza que mesmo depois dos 7 dias, meu carinho, respeito, dedicação e retribuição continuarão como sempre se mantiveram ao longo de todos esses anos.


7 dias de culto em homenagem ao amor e ferocidade de Bast

- DIA 1 -

Bastet, a senhora protetora e devoradora

Refletir sobre o culto de Bast é entender as diferentes interpretações dessa divindade ao longo de sua história. Hoje, ela é muito cultuada como uma deusa relacionada ao lar e cuidadora dos gatos, possivelmente pela difusão da cultura do gato como um animal doméstico em todo o mundo. Talvez na mesma intensidade dentro dos cultos modernos, Bastet possui fortes ligações a processos maternos e sexualidade. Mas existem outros arquétipos no culto dessa grande divindade, Bast também possui uma grande representação de protetora e senhora da batalha, mais difundida no período anterior ao intenso sincretismo entre a cultura grega e kemética (egípcia).

 A origem para domesticação dos gatos foi anterior a Kemet (Egito), mas foi o povo antigo desse local que teve um grande papel na disseminação do carinho e admiração desses animais para outros países. O nome “miw” foi um dos primeiros registros utilizados para se referirem aos gatos e é possível que o ancestral desses populares nos lares egípcios tenha sido o Felis lybica. Apesar dos períodos dinásticos posteriores apresentarem muitas vezes o gato enquanto ser gentil e ligado a brincadeiras, a situação deveria ser bem diferente no tempo pré-dinástico, em que o gato selvagem era um animal reverenciado pela ferocidade assim como o leão, o que pode auxiliar no sincretismo e confusão entre deuses-gato e deuses-leão-leoa. O culto dos keméticos à Bastet mudou a forma de como o mundo enxerga os gatos, tornando essa Deusa uma importante parte da história da relação da humanidade com animais, estando registrada em templos, papiros e carregando um forte símbolo do que um dia Kemet já foi.

No Império Antigo em Kemet, conhecido também como “A Era das pirâmides”, as referências a Bast eram mais frequentes em monumentos reais. O construtor da Segunda Pirâmide em Gizeh (2600 antes da Era Comum) descreveu-se como “amado de Bastet” em uma parte da porta de seu templo. No Templo do Vale da Pirâmide de Khafra ao lado da Esfinge, tinha um portal de Bast e estátuas da Deusa da companhia do rei. Sahu-Rer fez oferendas a “Bastet, Senhora de ambas das terras em todos os seus lugares” em um relevo do templo de Ny-woser-Re mostrando uma deusa com cabeça de felino segurando um cetro de papiro com os nomes de Bastet e Sekhmet com cabeça de leoa.

Bastet era uma grande protetora da casa real e do Alto e Baixo Egito (“ambas as terras”) e poderia ser relacionada às batalhas e a ferocidade, como o Amun-hotpe II escreveu: “Sua Majestade procedeu a Retenu [Palestina-Síria] em sua primeira campanha vitoriosa, seu rosto terrível como o de Bastet”. Também existe o registro de Sethy I que se descreve como "valente no coração da batalha, uma Bastet terrível em combate”. Isso nos faz refletir como uma divindade como Bast, que provavelmente teve os primeiros passos de culto no período pré-dinástico, se remodelou à medida que a própria visão do animal gato enquanto ser feroz atenuou-se pela domesticidade, mudando com maior intensidade com o contato de culturas estrangeiras.

Antes mesmo da invasão grega, Bast já era sincrética com vários aspectos de Hathor e da sexualidade, e no período grego propriamente dito, Ela se transformou e foi equiparada a deusa Ártemis, sendo considerada protetora das crianças, mães grávidas e músicos. Mas apesar do passar do tempo e das mudanças na relação e visão com os gatos, Bubastis, cidade principal de culto a deusa Bast em Kemet, sobreviveu por muito tempo. Heródoto, por exemplo, escreveu um famoso relato sobre o belíssimo templo de Bastet em Bubastis e sobre o grande festival dessa deusa que era realizado no local todos os anos, a cidade entrou em decadência por volta nos meados do período romano.

Observando a história que temos acesso do culto de Bast, os arquétipos mais difundidos hoje não substituem os “de antigamente”. Na verdade, o processo de adição deve acontecer, pois a quantidade de representações dessa divindade a mostram soberana, perseverante e devoradora do tempo, mesmo com o advento da modernidade. Bastet pode ser vista enquanto deusa do lar e sexualidade, mas não é necessário e nem possível apagar seus arquétipos enquanto aquela que protege e devora os inimigos. Bast é uma deusa que podemos chamar para proteção dos nossos animais e também para nossa própria proteção e enfrentamentos de nossas batalhas. Seu domínio perpassa a felicidade e a raiva, o amor e a força, o coração e o medo. Uma Senhora implacável para os ancestrais keméticos que iam caçar pássaros quando a viam espelhada nos gatos selvagens. Uma Deusa inigualável para nós que buscamos um lugar ao sol ao lado da ordem divina.

DUA BAST!

Autora: Appalachia (iohara Quirino)

  • Referências

- Rev. Dr. Tamara Siuda, via kemet.org

- “The cat of Bastet” por Nora E. Scott do The Metropolitan Museum of Art Bulletin

- A longa e incompleta domesticação dos gatos por “Scientific American Brasil”

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