Entro no quarto logo após eles gozarem: o ambiente cheira a sexo e, na cama, entre as pernas do meu amor, ele a cobre de beijos ainda conectado a ela. Ela percebe minha presença e abre um sorriso acolhendo entre seus braços aquele homem nu. “Oi, meu amor”, ela diz com o fio de voz que ainda lhe resta.
Foi o tempo de eu atravessar a pista lotada para buscar no bar um mojito para minha esposa para, na volta, encontrá-la aos beijos com um desconhecido. Ao notar a minha presença a poucos passos dali, ela me olha limpando com a língua o excesso de saliva dos lábios e sorri. Larga o rapaz e vem caminhando em minha direção: “Me pegou, amor!” Toma a taça das minhas mãos e antes de dar um gole, pergunta: “Ah, ‘cê não ficou bravo, né? Só um beijinho…” Claro que não fiquei, mas a cara de marido ofendido faz parte do jogo e ela sabe disso: antes mesmo de terminar o mojito ela me cobrirá de beijos repetindo “Perdoa sua putinha, perdoa?”
Morrendo de saudades da minha menina, fui hoje à tarde até a sua casa para levar a versão em espanhol do seu livro preferido que eu comprei para que ela praticasse. Não fiquei muito tempo pois sabia que ela estava estudando bastante nesse final de ano: nas férias teríamos tempo de sobra para namorar e matar as saudades um do outro.
Na manhã seguinte, abro o facebook para desejar bom dia para minha amada e vejo uma foto dela marcada no perfil de um cara que eu nunca vi: maquiagem sexy, salto alto e mini-saia, ela arrebitava a bunda ao lado de outra garota. Eu não podia acreditar: nunca a tinha visto vestida daquele jeito! Mas a legenda com o nome dela marcado não deixava dúvidas: “Noite deliciosa na companhia das minhas duas amigas mais safadas”.
Entrei no perfil dele e, para meu espanto, descobri que era bem amigo da minha namorada: várias fotos de balada com ela, festa de biquíni em volta da piscina… como nunca fui apresentado a ele em quase dois anos de namoro?
Então fiz o que cabe a um homem fazer em uma situação dessas: curti a foto com “amei” e comentei “linda, meu amor”. Depois enviei-lhe a minha mensagem de bom dia: “Espero que a sua noite tenha sido deliciosa como está sendo a minha manhã ao descobrir um lado seu que eu não conhecia. Você não cansa de me surpreender! Te amo mais a cada dia”.
Dois amigos vieram, alarmados, contar que minha noiva estava me traindo: viram-na ontem à noite na saída de uma festa prensada contra a parede por um homem que a beijava, apalpava-lhe as coxas, a bunda e deslizava atrevidamente a mão entre suas pernas. Pedi-lhes calma, convidei que se sentassem e logo em seguida, para a surpresa deles, minha amada saiu de meu quarto vestida apenas com uma confortável calcinha de algodão e meias e veio até a sala em direção a nós: “A-rá, seus safadinhos! Iam mesmo me entregar para o meu noivo? Que coisa feia! E eu que até já pensei em transar com vocês…”
Segurei-a pela mão e a puxei para perto de mim, beijei-lhe a barriguinha e pedi ternamente tirando-lhe a calcinha “Ah, gatinha, perdoa eles, vai… estavam preocupados com a minha felicidade, mas agora que já sabem que suas infidelidades me fazem feliz não há motivos para privá-los do teu sexo…” Ele se agachou, segurou meu rosto com ambas as mãos e me beijou: “Só porque você tá pedindo, meu amor”. Levantou e estendeu as mãos aos meus amigos que mesmo assustados com aquilo tudo responderam ao convite dela e se deixaram levar pela minha noiva até o meu quatro onde puderam provar um pouco do sexo da futura mãe dos meus filhos.
Quando vocês estão tão seguros do que sentem um pelo outro que você chega a achar bonito encontrar sua namorada no volo de outro homem dentro do seu carro.
Quem imaginaria, nos anos 50, encontrar a sua doce esposa na cama com outro homem? Acredito que o Elvis não, mas eu adoraria flagrar a Jakie Lane, bem desse jeitinho aí, sentando assustada ao ser pega debruçada sobre o pau de outro homem em nossa cama. Como não enchê-la de beijos?
Quando bato no apartamento da minha namorda e ela abre apenas enrolada naquela manta que eu trouxe para ela da minha última viagem, eu já sei o que ela vai dizer em seguida: “Entra, amor: tô com visita, mas você vai adorar assistir o que a gente tá fazendo...”
Aquele rosto perfeito que eu costumo segurar com as duas mãos e cujos lábios beijo ternamente repetidas vezes enquanto digo baixinho “meu amor, meu amor, meu amor…” agora está ali, sorridente e satisfeito, repousando no peito de um homem com quem ela acabou de transar. Não faço a menor ideia de quem seja esse homem nu em minha cama, que lambuzou com seu esperma minha esposa e nossos lençóis, mas adoro vê-la estendida ao seu lado acariciando-lhe enquanto ele recupera o fôlego.