#foipoeta

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como desfaz essa vontade de querer escrever mas não conseguir formular uma frase sequer?

eu te amo

e é porque te amo tanto

que preciso me afastar de ti

pois tanto amor assim

deveria ser direcionado

a mim.

não lembro em que momento deixei de ser protagonista da minha própria vida.

vic morg.

Eu vejo seu olhar de desespero

tentando ser disfarçado

toda vez que se dirige a mim

e me pergunto como você lida

com a solidão

quando sei que suas mãos imploram

para sentir de novo

o calor da minha pele.

— Meu estômago ainda se agita quando eu te vejo, mas aprendi a aceitar que algumas distâncias são importantes para preservar o coração.

vic morg.

— o que ela foi?

— ah, meu caro. essa daí causou e absorveu mais sentimentos do que um coração humano é capaz de suportar. inchou e explodiu. derramou sua essência em todos que conheceu. ajudou aqueles que, assim como ela, carregam tanta intensidade. segurou forte a mão dos que pensaram em desistir, e por isso vivia com as próprias mãos entrelaçadas. salvou almas solitárias, incluindo a dela. cicatrizou feridas letais, estancou sangramentos intensos. amou, profundamente, o que fazia. mesmo que não fosse perfeito. mesmo que, às vezes, sentisse ser perda de tempo. ainda assim, se conseguisse ajudar uma única pessoa, sabia, então, que o que quer que estivesse fazendo, estava no caminho certo.

— então ela foi médica?

— melhor — sorriu — foi poeta.

você sabe, meu bem

no fim

éramos asteróides

intensos e imparáveis

e quando colidimos

nos destruímos.

— fatalidade.

vic morg.

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