#pequenosautores

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eu sei que você ainda quer tentar fazer dar certo, que quer mais uma chance, mas mesmo assim, precisamos de um tempo. eu amo você mais que a mim mesmo; o suficiente para saber o momento de parar de forçar algo que não está mais funcionando. a vida é repleta de ciclos e eles servem para renovar o que já não é mais funcional. a nossa relação é um ciclo e a sua duração chegou ao fim, infelizmente. mais ainda há esperança de que apenas seja uma pausa entre nós dois, para nos reajustarmos e voltarmos ao que éramos antigamente, ou até melhores do que no princípio.

cartasquechoram

Seus sonhos ainda eram o que mantinham resquícios de sua personalidade antes de se apaixonar por ele. Mas aí, ela decidiu guarda-lós para viver os sonhos dele e agora ninguém mais a reconhece. Não explicaram que para se perder no amor de outra pessoa você não precisa deixar de existir.

Eu quero viver momentos que não se apagam, eu quero não me esquecer que tenho uma vida, eu quero ser presente na minha própria história.

Ao fim de todos os dias, você mesmo cata seus cacos e se reconstrói. Essa é a pior coisa da solidão, ter que enfrentar seu próprio inferno sozinho, sorrir e fingir que nada está acontecendo, mesmo que tudo esteja desabando por dentro.

Dentro de mim há um pequeno menino que chora todos os dias por se sentir sozinho, e eu tenho de alimentá-lo com a esperança de que isso vai mudar algum dia. Mesmo sabendo que não vai.

Desentendimento mental

Estou cada vez mais distante de você

Tudo que minha mente fala parece fútil

Eu não tenho seus olhos

E nem sua magnífica didática

Existe um bloqueio mental em mim

Estou sempre me comparando a você

Tudo é sobre como vou superá-la

Nunca pensei que iria dizer isso

Mas é possível viver sobre sua sombra?

The Nites

Ela não me disse mas imaginei…

Depois de um tempo parece que você mudou, não te reconheço mais em suas mensagens e nem em suas falas, se tornou como os outros. sua magia se foi, me desculpa por te dar sentimentos tão especiais.

RyuskyDans by Renan

Preso a mim

Já tenho dias sem ver o Sol, dentre todos meus medos, esse é o que mais me assombra, a solidão desse quarto trancado, meu já sem forças para abrir as janelas, viver já nem é o mesmo, e mesmo assim quero continuar, até encontrar uma saída, irei continuar preso aqui.

RyuskyDans by Renan

Imaginação fértil

Ela vai sempre bem longe do que deveria ir, as vezes é dificil ir busca-la, são tantos caminhos complicados, estradas de pedra, vias escorregadias, bosques lindos, mas é impossível não se encantar com o que vejo, vale a pena me perder por esse caos que é a minha imaginação.

RyuskyDans by Renan

Sei que isso é estranho, mas quero tanto, quero dizer pra você, quero gritar pro mundo, que tudo que mais quero nesse momento, não são as baladas, nem a curtição, nem mesmo as praias que adoro, nesse momento, quero o sentir seus lábios, me deslizar por essa sua pele lisa, sentir o teu gosto bom, quero te amar com todo meu amor.

RyuskyDans by Renan

Derrota

[…]E é nesses deserto árido que deixo meu corpo, desisto de voltar ao meus sonhos à minha casa, já estou cansado de tentar, tentar e tentar, nunca irei aceitar que tudo mudou tão facilmente, talvez esse seja meu fim.[…]

RyuskyDans by Renan

Te peço que confie em mim, estou voltando, como te disse antes nunca irei te deixar, e essa é a minha decisão, nem mesmo essa distância irá nos separar.

RyuskyDans by Renan

Me desculpe, esta pesado, muito pesado, nunca me senti tão fraca e sozinha, como se tivesse perdido tudo que me é importante, mesmo sabendo que não, isso dói, apenas quero muito chorar, mas nem para isso tenho mais forças.

ryuskyd by Renan

Odeio admitir que você tinha razão, o melhor jeito de não te irritar é não ser eu, como você me pediu não posso ser outra pessoa, então o que eu faço? Não quero você longe de mim, e esse caos? Esse medo? Não quero me imaginar sem você, nem por uma noite, apesar desse medo já estar aqui dentro mais uma vez.

ryuskyd by Renan

Não, eu não posso me deixar levar pela imaginação. E logo perdeu-se… 

Ao olhar seus olhos castanhos já me perco e deslizo meus dedos esses seus cabelos lisos que confortam até a alma mais atormentada, só para depois sentir o tempo parando e ao mesmo tempo meu corpo esquentando, com o impulso natural me puxando para seus doces lábios e antes do primeiro toque acordar mais uma vez. 

Me deixei levar…

RyuskyDans by Renan

A realidade é algo que acontece na fração de um milésimo de segundo, depois me escapa. Minhas mãos quase agarram o presente pelos cabelos, mas ele foge. Na memória, tudo vira uma narrativa quase abstrata demais, sonhos acordados, vontades torpes, desejos latentes. O tempo brinca comigo e até ri do desespero, do meu desespero por algo tangível. 

Estou voltando para casa depois de uma dessas noitadas. Eu não sei se tenho mais idade para essas coisas, ainda que eu seja nova, talvez eu esteja cansada, tão cansada que sinto cada órgão meu ofegar, quase sinto suas mãos calejadas. Caminho pelas ruas do centro da cidade, vazias, frias, o vento quase se faz inaudível, de tão forte, folhas de jornais, papéis, sacolas, se fazem notar ao dançar no ar pela força do vento. Caminho pelas ruas do centro e ainda está escuro, o silêncio ainda reina, peçonhento. Em meus bolsos, ainda está o ingresso do show em que eu estava, o lugar lotado, a música alta, a alegria plástica, as risadas e conversas pairando no ar junto da fumaça. 

O silêncio agora abafa as memórias agitadas, expulsando-as do recinto. Eu nunca me senti íntima do que se entende por realidade, pelo presente, pelo que se segura nas mãos e se entende por real. Caminho sozinha pelas ruas do centro de madrugada, e cada vazio se acumula em meus olhos, jogando toda a alegria anterior da noite para longe. Todas as risadas agora estão distantes, a música é inaudível, as conversas foram abafadas, tudo evapora numa hora dessas. Eu, que nunca soube lidar com o fim das coisas, me sinto em um luto constante, procuro, a todo momento, ressuscitar cadáveres do passado, memórias de tempos melhores, que agora, são uma espécie de narrativa, uma versão minha, romantizando tudo que vivi apenas para negar o meu agora. 

A minha mente vai criando versões melhoradas do que vivi, fazendo com que eu fique embalada em uma melodia nostálgica de dias que nem foram tão melhores. 

Nem tudo faz sentido na realidade, os elementos não estão aí para ser decifrados (nem todos, pelo menos), as coisas apenas são e eu, querendo que tudo fizesse sentido, procurei refúgio nas memórias decodificadas, as versões melhoradas, o passado maquiado, me aninhei na mulher que eu era, em épocas mais simples, menos fodidas, mais rasas. A realidade é algo que acontece enquanto eu olho para trás, sorrindo para o passado. 

Caminhando pelas ruas do centro, rumo ao metrô que ainda nem abriu, eu passo por ruas mal cheirosas, monumentos pixados, moradores de rua que tentam dormir nesse frio, caminho por bêbados e prostitutas, lojas fechadas… Caminho por tudo que é agora e já não é mais tanta coisa, caminho pelo silêncio e seu breve reinado, que se dissipará junto da névoa da madrugada. E o tempo só passa… O relógio caminha, impossível de andar para trás, as horas correm, tudo tem pressa pelo agora e pelo que está por vir. As narrativas criadas na mente, romantizadas e jamais confiáveis, talvez o motivo seja o fato de eu não possuir nada nas mãos, alguma coisa, sabe. 

Em meus bolsos estão os ingressos de mais cedo, um isqueiro que não mais funciona, tampas de garrafas, em meus bolsos está meu relógio parado. A realidade é algo que acontece enquanto checo meus bolsos, procurando moedas, enquanto checo se meu isqueiro ainda funciona. Enquanto estou torpe, sonhando acordada, buscando na memória um conforto para o agora, um afago de fantasmas. O tempo brinca comigo, e eu penso que sou uma piada, numa hora dessas, uma piada até engraçada. Tento voltar no tempo ao fechar os olhos, mas encontro lembranças borradas, confusas que me fizeram chegar até aqui. Quando chego até o metrô, que ainda não abriu, percebo que não arredei o pé do lugar, que não viajei para outra época, outros dias, outra vida. A realidade é esta aqui e queima as retinas quando ela me olhos nos olhos, que machuca quando me diz que não há para onde eu fugir. 

Nem tudo existe para fazer sentido, a realidade é o silêncio da madrugada, é a brisa gélida correndo pelo meu corpo, são meus bolsos cheios de objetos inúteis, é o tempo que eu vou esperar para poder embarcar, são todas as memórias emaranhadas. A realidade é as ruas vazias, as tristezas da cidade, é minha pequena embriaguez, minha vontade por um cigarro entre os dedos, a realidade é que meus cigarros acabaram. Entre um cigarros entre os dedos, e todas as certezas que ainda não tenho e as saudades que eu quero matar, eu ainda prefiro o primeiro.

Chovia. Era uma chuva de verão intensa, refrescante e barulhenta. Coloquei um som enquanto pegava a cerveja gelada da geladeira, e dei uma bela golada. Senti o liquido limpando tudo enquanto dançava até meu estômago e me refrescava completamente. A chuva não dava trégua, seu barulho alto ofuscava a música do rádio, que não tinha chances contra o vendaval.

Observei minha casa, silenciosa. As paredes brancas, meio sujas, os móveis e os eletrodomésticos antigos. A goteira no meio da cozinha que ritmica, fazia um barulho ao cair dentro do balde rosa. A mesa da cozinha, meio bamba e suja, cheio de farelos de pão e sujeiras das refeições anteriores. O chão estava sujo, há tempos eu não fazia uma faxina, nem queria. A casa estava podre. Os móveis empoeirados e a cama bagunçada. Já eram quase cinco da tarde e logo eu não estaria sozinha.

Eu acho que subestimei a solidão. Intui, muito cedo, que seria um dos piores sentimentos que eu poderia ter. Fiz de tudo para não estar sozinha: grudei em péssimos amigos para não estar sozinha, frequentei festas horríveis apenas para me sentir acompanhada e me joguei em relacionamentos ruins, urgindo que a solidão não me achasse. Só quando não me vi sozinha mais, entendi o valor da tranquilidade de mim mesma e só. Hoje em dia a solidão era um luxo, que eu jamais poderia ter.

Em cima da estante, havia uma foto do meu casamento. Minha cara alegre, e o sorriso genuíno, inocente. Meu vestido branco de segunda mão e o buquê de rosas vermelhas nas mãos. Meu marido ao meu lado, sorri timidamente com a mão na minha cintura. Ele olha para mim, com o olhar terno. Já eu, olho para a câmera: olha só, eu consegui! Não serei sozinha nunca mais!

Não serei sozinha nunca mais…

“Cuidado com o que deseja.”, minha mãe gostava muito de repetir esse ditado. Tão certo quanto a vida se tornara o oposto daquela foto. A chuva agora se torna mais violenta, trovões estrondam lá fora e um clarão invade a janela. A solidão pode ser bonita, eu admito que estive errada.

Ao lado da foto de casamento, uma foto nossa em um restaurante barato do centro da cidade. Comíamos uma pizza, o garçom gentil, se ofereceu para fotografar. Eu, de boca cheia, esboçava um sorriso tímido. Na mãos, o garfo e faca. Eu olho para câmera, meus olhos, esbanjam alegria. Ele, do outro lado da mesa, com uma cerveja nas mãos e um sorriso aberto, feliz. Essa foi antes do casamento. Ao lado uma foto de minha mãe, antes de falecer, o sorriso nos lábios não condizem com o sentimento dos olhos, mas era a última foto dela viva…

Me sento no sofá com a lata de cerveja nas mãos, a janela da sala está aberta e a cortina dança no ar, enquanto a chuva adentra a casa e vai molhando parcialmente o sofá, meus braços e o chão. Não me importo muito. A solidão está aqui, ao meu lado. Existe uma paz de espírito invadindo meu corpo, mais forte ainda que a cerveja que, rapidamente, vai esquentando. Meus olhos estão focados na foto em cima da TV: estamos na praia, eu estou de vestido branco longo e ele apenas de bermuda azul. Era réveillon, mas eu não pareço tão feliz. Meu sorriso é minúsculo, meu olhar está opaco, ele parece alegre, estava bêbado na hora da foto. Se notar bem, há um hematoma em meu braço esquerdo. O vestido longo não foi uma opção de moda, eu queria esconder certas coisas.

Ele insistiu que a foto era bonita:

“Você está linda! E olha como eu estou feliz ao seu lado. Vai ficar aqui na sala, pra você lembrar como a gente é feliz.”

Ano passado, e eu já sentia saudades de uma solidão da qual eu fugi minha vida toda. Olhe só para mim: vou até o quarto e no espelho grande, na parede, vejo meu reflexo triste. Estou com uma camisola fina, e curta. Meus braços e pernas estão machucados. Os hematomas nos braços são tantos, que já não saio sem mangas compridas. Meu olho está roxo, assim como o canto da boca. Meus lábios meio inchados. Eu pareço um fantasma do que era há alguns anos atrás. O personagem de um mundo paralelo da foto de casamento.

Olhando para o espelho, viro a lata de cerveja e a deixo em cima da cama que, agora com a chuva, está toda molhada.

Não me incomodo em fechar as janelas, nem de fazer o jantar. Pego as malas, e começo a jogar minhas roupas dentro, sem nem dobrar. Os sapatos, as bijuterias, a maquiagem, os shampoos, a foto de minha mãe. Coloco apenas uma capa de chuva, amarela, que costumava ser de minha irmã. Coloco as botas e deixo todo o resto para trás.

Jogo as malas, no meu carro velho e, sem nem fechar as portas da casa, dirijo, rumo a qualquer lugar que não seja ali.

A chuva não pára, e se intensifica. Não demora muito e meu celular começa a tocar, sem parar. É ele. Não quero atender, não posso atender.

O celular agora ofusca o barulho maravilhoso da chuva, droga. Encosto o carro, não há ninguém na rua. Sei que é ele, querendo saber onde estou. “Não vou mais voltar” é o que eu digo, com um alívio tão grande que sinto meu corpo todo estremecer. Olha só você, sendo corajosa pela primeira vez na vida. Vamos, manda ele se foder, joga esse celular pela janela.

Você não merece isso. Aquela foto lá é uma mentira.

Ele diz que me ama. “Não sei viver sem você, neguinha.” Ele faz uma voz de choro. Ele parece desolado. Eu o escuto fechando as janelas, enquanto respira fundo. Aposto que está desesperado. Lembro de minha mãe, já em seus últimos dias no hospital, sorrindo quando me via e depois, seu sorriso morreu quando viu um roxo em meu braço. “Um homem quando descobre que pode pisar em você, jamais sairá de cima e não vai te deixar partir.” Minha mãe morreu de cirrose. Dizia que não se arrependia, ela ria no hospital, brincando que o álcool e a solidão lhe deram mais que qualquer homem podia dar.

Eu também não sabia viver sem ele, eu admito, no telefone. Ouço sua voz ficar mais animada. “Vem pra casa, tudo vai ser diferente.” A chuva aumenta e eu dou uma risada. “Eu não sei viver sem você, mas eu quero aprender, eu juro.” Jogo o celular em uma poça d’água.

O temporal agora desaparece. Minha mãe parece estar ali comigo, seu perfume invade o carro e uma memória do seu abraço me envolve o corpo, cicatrizando feridas que eu nem sabia que tinha.

ele tinha o dom de levar as constelações no sorriso e carregava a lua no peito.

os beijos dele tinham gosto de despedida. como se fossem os últimos. e um dia foram.

e a saudade que ele deixou tem um gosto amargo que rasga a garganta e machuca o peito.

eu vejo você no silêncio da madrugada. no barulho dos feriados. sinto você em ruas lotadas. ou escondido no seu abraço.

seja no vazio do meu quarto ou no tumulto do carnaval, me usa de fantasia?

assiste um filme chato de domingo, de pijama e cabelo bagunçado ou me leva pra conhecer o mundo, de vestido colado e salto alto.

eu amo você porque sei que não importa a ocasião, as coisas só são o que são porque você está lá.

você faz tudo parecer tão belo e poético sem precisar rimar.


(é que tudo que sai da tua boca é poesia pros meus ouvidos)

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