#lardepoeta

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CORES DE OUTONO


É lindas as cores do outono

As roupas que aquecem o coração


É tão lindo

O céu cinza

Os ventos soprando


Juntando toda essa combinação


Numa xícara de chocolate quente

Num par de luvas

Nas meias desse calor


É lindo

Esse tom

Que me cachecol

No seu amor


Você na touca

Dos meus pensamentos

Nós dois enrolados num cobertor…


MárciaMarko


https://sonhandopoesias.blogspot.com/2022/05/cores-do-outono-um-poema-de-marciamarko.html

olá, sou eu. de novo.

faz tanto tempo desde a última vez, não é? eu até me esqueci de você… por um tempinho.

fiz coisas normais que pessoas livres fazem. conheci pessoas novas. criei novos sonhos. eu até sorri algumas vezes. foram tempos de calmaria, sabe?

mas, claro, nada dura. minha paz não durou. você retornou, como eu sabia que aconteceria. só que dessa vez eu me deixei levar pelo momento, sabe? eu me deixei mesmo acreditar que havia te superado. uau, eu estava tão confiante.

mas aí você apareceu ontem à noite. nos meus sonhos. há tanto tempo você não me fazia uma visita dessas. sua ausência já nem era mais sentida.

mas bastou você reaparecer, como se soubesse que estava caindo no esquecimento. como se quisesse se certificar de que não me deixaria vencer assim tão fácil.

você voltou. e é como se nunca tivesse ido. você apareceu e no momento em que te vi de novo eu senti algo dentro de mim como nunca havia sentido antes. como… tortura?

eu perdi a fé, você se certificou disso também. quando voltou a me atormentar, você se certificou de me trazer de volta o sofrimento.

a dor da perda é sufocante, sabia? você mal consegue respirar.

e não importa quantas pessoas te digam que passa com o tempo. é ilusão. você foi embora há anos, afinal, mas o vazio que você deixou continua aqui. não muda. não desaparece. pode até parecer que tudo se acalmou, como pareceu por um tempinho, mas basta uma lembrança. uma única fagulha de memória. e tudo se incendeia novamente.

e queima. e arde.

tortura. isso foi o que você deixou.

e mesmo depois de tanto tempo, depois de tantas pessoas, de tantos momentos sem você. você continua aqui. tão presente como se tivesse ido hoje. tão devastador como se meu coração tivesse sido destroçado há poucos minutos.

eu sofro de uma eterna abstinência de você. eu não consigo parar. eu não consigo esquecer.

eu não sei mais o que fazer para você finalmente ir.

v.m.

eu quero deixar as coisas fluírem mas não consigo

eu me sinto trancada por me privar tanto

eu quero liberdade mas não assino minha alforria

eu sou prisioneira da minha insegurança.

v.m.

eu te amo

e é porque te amo tanto

que preciso me afastar de ti

pois tanto amor assim

deveria ser direcionado

a mim.

não lembro em que momento deixei de ser protagonista da minha própria vida.

vic morg.

Eu vejo seu olhar de desespero

tentando ser disfarçado

toda vez que se dirige a mim

e me pergunto como você lida

com a solidão

quando sei que suas mãos imploram

para sentir de novo

o calor da minha pele.

— Meu estômago ainda se agita quando eu te vejo, mas aprendi a aceitar que algumas distâncias são importantes para preservar o coração.

vic morg.

— o que ela foi?

— ah, meu caro. essa daí causou e absorveu mais sentimentos do que um coração humano é capaz de suportar. inchou e explodiu. derramou sua essência em todos que conheceu. ajudou aqueles que, assim como ela, carregam tanta intensidade. segurou forte a mão dos que pensaram em desistir, e por isso vivia com as próprias mãos entrelaçadas. salvou almas solitárias, incluindo a dela. cicatrizou feridas letais, estancou sangramentos intensos. amou, profundamente, o que fazia. mesmo que não fosse perfeito. mesmo que, às vezes, sentisse ser perda de tempo. ainda assim, se conseguisse ajudar uma única pessoa, sabia, então, que o que quer que estivesse fazendo, estava no caminho certo.

— então ela foi médica?

— melhor — sorriu — foi poeta.

você sabe, meu bem

no fim

éramos asteróides

intensos e imparáveis

e quando colidimos

nos destruímos.

— fatalidade.

vic morg.

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