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O projeto High Frequency Active Auroral Research Program (HAARP) (em português: Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência) é uma investigação financiada pela Força Aérea dos Estados Unidos, a Marinha e a Universidade do Alasca com o propósito oficial de “entender, simular e controlar os processos ionosféricos que poderiam mudar o funcionamento das comunicações e sistemas de vigilância”.
Iniciou-se em 1993 para uma série de experimentos durante vinte anos. É similar a numerosos aquecedores ionosféricos existentes em todo mundo, e tem um grande número de instrumentos de diagnóstico com o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento científico da dinâmica ionosférica.
Existem especulações de que o projeto HAARP seria uma arma dos Estados Unidos, capaz de controlar o clima provocando inundações e outras catástrofes. Em 1999, o Parlamento Europeu emitiu uma resolução onde afirmava que o Projeto HAARP manipulava o meio ambiente com fins militares, pleiteando uma avaliação do projeto por parte da Science and Technology Options Assessment (STOA), o órgão da União Europeia responsável por estudo e avaliação de novas tecnologias. Em 2002, o Parlamento Russo apresentou ao presidente Vladimir Putin um relatório assinado por 90 deputados dos comitês de Relações Internacionais e de Defesa, onde alega que o Projeto HAARP é uma nova “arma geofísica”, capaz de manipular a baixa atmosfera terrestre.
O lugar onde se situa HAARP fica próximo de Gakona, Alasca (lat. 62°23'36" N, long 145°08'03" W), a oeste do Parque Nacional Wrangell-San Elias. Depois de realizar um relatório sobre o impacto ambiental, permitiu-se estabelecer ali uma rede de 360 antenas. O HAARP foi construído no mesmo lugar onde se encontravam algumas instalações de radares, as quais abrigam agora o centro do controle do HAARP, uma cozinha e vários escritórios. Outras estruturas menores abrigam diversos instrumentos. O principal componente de HAARP é o Instrumento de Investigação Ionosférica (IRI), um aquecedor ionosférico. Trata-se de um sistema transmissor de alta frequência (HF) utilizado para modificar temporariamente a ionosfera. O estudo destes dados contribui com informações importantes para entender os processos naturais que se produzem nela.
Durante o processo de investigação ionosférica, o sinal gerado pelo transmissor é enviado ao campo de antenas, as quais o transmite para o céu. A uma altitude entre 100 e 350 km, o sinal dissipa-se parcialmente, concentrando-se numa massa a centenas de metros de altura e várias dezenas de quilômetros de diâmetro sobre o lugar. A intensidade do sinal de alta frequência na ionosfera é de menos de 3 µW/cm2, dezenas de milhares de vezes menor que a radiação eletromagnética natural que chega à Terra procedente do Sol, e centenas de vezes menor que as alterações aleatórias da energia ultravioleta (UV) que mantém a ionosfera. No entanto, os efeitos produzidos pelo HAARP podem ser observados com os instrumentos científicos das instalações mencionadas, e a informação que se obtém é útil para entender a dinâmica do plasma e os processos de interacção entre a Terra e o Sol.
O sítio do projeto fica ao norte de Gakona, Alaska, a oeste do Wrangell-Saint Elias National Park. um estudo do impacto ambiental deu permissão para a instalação de mais de 180 antenas. O HAARP foi construído onde ficava o OVER-THE-HORIZON radar (OTH). Uma grande estrutura, construída para abrigar o OTH agora é a casa do HAARP, sala de controle, cozinha e escritórios. Diversas outras pequenas estruturas ficaram como salas de outros instrumentos. O sítio do HAARP foi construído em três diferentes etapas:
1. O Protótipo de Desenvolvimento tinha 18 antenas, organizadas em três colunas por seis linhas. Era alimentado por 360 kilowatts (kW). Este protótipo transmitia energia o suficiente para os testes ionosféricos mais básicos.
2. O Protótipo de Desenvolvimento Completo tinha 48 antenas, organizadas em seis colunas de oito linhas cada, com 960 kW de transmissão. Era comparável a outras estações de calor ionosféricas. Ela foi usada para diversos experimentos científicos e ionosféricos que lograram êxito ao longo dos anos.
3. O Instrumento de Pesquisa Ionosférica Final tinha 180 antenas, organizadas em quinze colunas por doze linhas cada, tendo como ganho teórico máximo de 31 dB. Alimentado por uma transmissão de 3.6 MW, mas a energia era voltada para cima de maneira geométrica de forma a permitir que as antenas trabalhassem todas juntas controlando sua direção. Em março de 2007 todas as antenas estavam instaladas, assim a fase final foi concluída e o conjunto de antenas estava em uma fase de testes de performance para cumprir as normas de segurança exigidas pelas agências reguladoras. O projeto começou a funcionar oficialmente com transmissão de 3.6 MW no verão de 2007, emitindo uma Energia de Radiação Efetiva de 5.1 Gigawatts ou 97.1 dBW de saída. Entretanto, normalmente o complexo opera em uma fração daquele valor devido ao baixo ganho da antena em frequências de operação padrão.
Cada antena consta de um dipolo cruzado que pode ser polarizado para efetuar transmissões e recepções em modo linear ordinário (modo Ou) ou em modo extraordinário (modo X). A cada parte de cada um dos dipolos cruzados está alimentada individualmente por um transmissor integrado, desenhado especialmente para reduzir ao máximo a distorção. A potência efetiva irradiada pelo aquecedor está limitada por um fator maior de 10 à mínima frequência operativa. Isto se deve às grandes perdas que produzem as antenas e um comportamento pouco efetivo.
O HAARP pode transmitir numa onda de freqüências entre 2,8 e 10 MHz. Esta intensidade está acima das emissões de rádio AM abaixo das freqüências livres. O HAARP tem permissões para transmitir unicamente em certas frequências. Quando o emissor está transmitindo, a largura de banda do sinal transmitido é de 100 kHz ou menos. Pode transmitir de forma contínua ou em pulsos de 100 microssegundos. A transmissão contínua é útil para a modificação ionosférica, enquanto a de pulsos serve para usar as instalações como um radar. Os cientistas podem fazer experimentos utilizando ambos métodos, modificando a ionosfera durante um tempo predeterminado e depois medindo a atenuação dos efeitos com as transmissões de pulsos.
Controvérsias:
Suposto potencial para uso como arma:
O Projeto HAARP tem sido objeto de controvérsias desde meados da década de 1990, após alegações de que as antenas poderiam ser utilizadas como uma arma. Em agosto de 2002, o Parlamento Russo apresentou formalmente uma menção crítica. O Parlamento emitiu um comunicado de imprensa a respeito do HAARP escrito pelas comissões de Relações Internacionais e de Defesa, assinado por 90 deputados e apresentado ao presidente Vladimir Putin. Segundo o comunicado:
Os Estados Unidos estão criando novas armas geofísicas que podem influenciar a baixa atmosfera terrestre […] A significação deste salto qualitativo pode ser comparada à transição de armas brancas para armas de fogo, ou de armas convencionais para armas nucleares. Este novo tipo de armas difere dos tipos anteriores à medida que a baixa atmosfera terrestre torna-se objeto direto de influência e um de seus componentes.
Por sua vez, o Parlamento Europeu, em resolução de 28 de janeiro de 1999 versando sobre meio-ambiente, segurança e política externa, assinalava que o Projeto HAARP manipulava o meio-ambiente com fins militares e solicitava que o mesmo fosse objeto de avaliação por parte da Science and Technology Options Assessment (STOA) sobre as possíveis consequências de seu uso para o meio-ambiente regional, mundial e para a saúde pública em geral. A mesma resolução do Parlamento Europeu pedia a organização de uma convenção internacional com vistas à proibição em escala global do desenvolvimento ou utilização de quaisquer armas que possam permitir a manipulação de seres-humanos
Alegações de uso e teorias conspiratórias
O HAARP é o protagonista de diversas teorias conspiratórias, nas quais são atribuídos motivos ocultos e capacidades ao projeto. Algumas destas capacidades incluem controle climático e geológico, mapeamento de imagens subterrâneas e controle mental. O jornalista Sharon Weinberger chamou o projeto HAARP de “a Moby Dick das teorias da conspiração” e disse que a popularidade das teorias da conspiração muitas vezes ofusca os benefícios que o projeto HAARP pode trazer para a comunidade científica. Em janeiro de 2010, setores da imprensa venezuelana afirmaram que o terremoto de 2010 no Haiti poderia ter sido causado por armas produzidas pelo projeto HAARP. O site “Venezuelanalysis” afirmou que Chavez nunca fez tais proposições, e que na verdade a proposta teria surgido em uma coluna de opinião do site da internet de uma emissora de televisão governamental
As torres de microondas como essa da base do Exército Aéreo dos EUA em Gunter, Alasca, são utilizadas para a transmissão de informações a grandes distâncias. Contudo, as microondas podem ser perigosas e muitas pessoas como Antony e Doreen Verney (abaixo no dia de seu casamento), afirmam que estiveram envolvidos em testes secretos para determinar possíveis aplicações militares.
Será que armas eletromagnéticas estaria sendo testadas sobre uma população desprevinida? David Guyatt investigas as queixas de um homem que procurava a resposta.
Antony Verney esperava por sua aposentadoria com grande espectativa. Ele e sua esposa Doreen tinham comprado uma casa de campo Kent, Grã-Bretanha. Porém, os Verney, as coisas não estavam indo como haviam planejado. O casal não contara com a possibilidade de tornarem-se cobaias de uma terrível experiência com armas eletromagnéticas, realizadas pelo governo britânico.
No verão de 1983, o casal mudou-se para a casa de seus sonhos. Construída na época da batalha de Waterloo, estava situada em um terreno isolado rodeado por bosques, perto de Biddenden. Alguns meses depois de sua mudança definitiva começaram a ouvir estranhos sons que invadiam a casa. Em outubro, o volume aumentou e, segundo Verney, “parecia que surgia do solo”. Durante as quatro noites seguintes o casal quase não podia dormir.
No final de três semanas, o bombardeio sonoro tinha aumentado e parecia envolver toda a casa. Nesse momento, os zumbido vinha acompanhado por fortes vibrações. Durante a noite o arvoredo que rodeava a casa era iluminado por estranhas luzes rosadas e amarelas que produziam sombras misteriosas nas árvores do bosque.
NEGAÇÃO DA POLÍCIA
Decididos a localizar a origem dos ruídos os Verney vigiaram o exterior da casa na noite de 24 de novembro. Sua tentativa, porém, não deu em nada, pois os sons vinham de várias direções. Contudo, durante sua vigília encontraram uma patrulha policial próxima de sua casa. Era uma hora da manhã e os agentes ouviram claramente os ruídos. Contudo, quando no dia seguinte Verney apresentou queixas na delegacia e disseram-lhe “que isso não era um assunto de polícia” e acoselharam-no a entrar em contato com o Departamento de Saúde Ambiental.
Em suas repetidas tentativas de expor o problema à prefeitura, Verney nunca conseguiu obter uma resposta. Frustrado e desestimulado, entrou em contato com um engenheiro de acústica de uma firma em Maidstone. Ao chegar na casa de campo, naquela mesma noite, o engenheiro conseguiu leituras muito fortes das vibrações. Preocupado, Verney alertou o Departamento de Saúde Ambiental sobre o problema e esse novamente não quis envolver-se . Naquele momento, declarou que “a vida naquela casa tinha se tornado insuportável”.
Enquanto isso, um vizinho falara a Verney sobre a existência de um estranho edifício contruído próximo da vizinhança, há dois ou três anos. O edifício de dois andares, rodeado por sebes altas, não possuía janelas no andar superior e lembrava búnquer, refúgio subterrâneo alemão da Segunda Guerra Mundial.
As janelas do primeiro andar eram fortificadas com redes de proteção, como as que protegem os edifícios do governo contra explosões. Verney também descobriu que o número do telefone do edifício era secreto e suspeitou que a origem dos incômodos vinha daquele local.
AS SUSPEITAS APARECEM
Sem ter a quem mais recorrer, Verney viajou até Londres para alugar um equipamento de gravação. Ao explicar a situação na loja de aparelhos eletrônicos, disseram-lhe: “Parece que o senhor tem problemas com o Departamento de Defesa”. Depois de uma breve conversa, puseram-no em contato com um cientista especialista em eletrônica e uma data foi marcada pra que ele visitasse a casa de campo.
Como havia sido combinado, o cientista, que chamaremos de “Sr. D”, chegou na casa do dia 18 de janeiro de 1984. Dez minutos depois do Sr. D ter instalado o seu equipamento, Verney foi surpreendido com a chegada de um funcionário da Saúde Ambiental. Muito alterado, o funcionário pediu a identificação do Sr. D e começou a examinar cuidadosamente os aparelhos, para em seguida ir embora.
Depois disso, o Sr. D e os Verney começaram sua vigília, esperando captar os dados necessários para descobrirem o que estava acontecendo. Essa tarde, porém, foi tranqüila, sem barulhos ou vibrações. Às dez horas da noite, os Sr. D decidiu voltar a Londres e guardou todo o equipamento. Antony Verney o acompanhou de carro a Londres e, pouco depois de ter ido embora, os ruídos e vibrações recomeçaram. Doreen Verney sofreu, então, outra noite de “bombardeio”.
Depois de sete meses de sofrimento os Verney decidiram vender a casa. A venda foi efetuada no dia 24 de maio de 1984. Em seu diário do dia 20 de maio, Verney lembra que a noite havia sido infernal, o ruído alcançou maior intensidade do que nunca e as vibrações surgiam do solo a uma velocidade espantosa. A casa literalmente sacudiu-se e a partir de suas fundações e os ruídos não cessaram até as sete horas da manhã.
Cansado, os Verney mudaram-se para Sussex, onde dedicaram o resto de suas vidas à busca dos responsáveis pelos transtornos. Os primeiros ministros Thatcher e Major, assim como muitos outros ministros e departamentos, foram interpelados de forma exaustiva. O chefe de polícia de Kent disse que as queixas dos Verney não estavam em sua jurisdição. No entanto, de forma privada foi dito aos Verney que tratava-se de um “assunto secreto do Ministério de Defesa”. O Ministério de Defesa continuou negando um esclarecimento dos fatos e os Verney morreram em 1996 sem a solução do problema. Se sua história não tivesse sido confirmada, as reclamações dos Verney poderiam ter sido consideradas uma fantasia. Uma fita de 90 minutos, com uma gravação dos ruídos realizada em janeiro de 1984, foi analisada por Fred Holroyd, oficial da inteligência do Exército, que afirmou que os sons correspondiam ao “ruído branco” da freqüência audível das microondas.
TORTURA ELETROMAGNÉTICA
Holroyd também destacou que a tecnologia para produzir esses sons é empregada em uma instalação da OTAN na Alemanha, para preparar os pilotos contra a tontura no caso de seus aviões serem capturados por inimigos. Holroyd havia visto a equipe da OTAN “contorcendo-se de agonia”, por causa da tortura eletromagnética.
APOIO MÉDICO
Os relatórios médicos dos Verney apresentam um quadro de grandes sofrimentos. Em junho de 1983, pouco depois da atividade ter iniciado, o casal havia recebido um certificado de boa saúde. Porém, no início de 1984, Doreen começou a sofrer de dores no estômago e a vomitar, esses são os primeiros sintomas de uma doença provocada por radiação. Em agosto foi internada em um hospital de Londres afetada por um câncer no ovário. Depois teve vários ataques de coração e ficou em estado de semi-invalidez sofrendo de dores agudas.
Antony Verney também teve problemas de saúde. Seus relatórios médicos a partir de 1984, registram dores e um metabolismo alterado. No final de um ano, sua coluna sofreu danos irremediáveis e seus dentes caíram.
Os Verney não foram os únicos a serem alvo de armas eletromagnéticas. Um dos casos mais bem documentados é o dos ativistas de direitos civis que fizeram uma manifestação em 1985 no exterior da base de bombardeios Greenham Common, na Grã-Bretanha. Em um dossiê preparado pelo ativista Kim Besly, constam os detalhes dos ataques com microondas dirigidos a partidários da paz. Os sintomas das vítimas são hemorragias retínicas e nasais, náuseas, vertigens, palpitações e enxaquecas.
A lista de sintomas foi revisada pelo ganhador do prêmio Nobel, Robert Becker, que também analisou as gravações dos Verney e outros. Becker chegou à conclusão de que “os companheiros da Sra. Besly enquadraram-se na Síndrome da exposição a radiações eletromagéticas…”.
Outro caso é o de Robert Strom, um empregado da Boeing Corporation que morreu de leucemia causada por exposição a radiação de impulsos eletromagnéticos (IEM). Em 1983, Strom alegou que a Boeing o fez ativar um simulador de IEM centenas de vezes por dia, como parte de uma experiência secreta para comprovar os perigos de sua exposição. Em 1990, a Boeing resolveu o caso fora dos tribunais pagando a quantia de 500.000 dólares.
PROJETO SECRETO
A Boeing também colaborava secretamente com o Exército Aéreo dos EUA em uma base de foguetes em Indiana. Nesse local, Jim Dayton foi exposto à radiação de um gerador de IEM que aplicava 600.000 vátios no seu posto de trabalho. A exposição dos empregados a essa radiação não foi acidental. Naquela época, a equipe médica da Boeing declarava que estava “em uma posição única para aliviar alguns aspectos dos efeitos biológicos sobre o homem”.
Essas experiências proporcionaram os conhecimentos necessários para desenvolver armas letais. Esse armamento de nova geração possui muitas vantagens para as comunidades militares e de espionagem. Utilizadas tanto em campo de batalha quanto em uma casa de campo, as armas eletromagnéticas estão destinadas a tranformarem-se em uma mais nova e terrível arma.
ANTONY VERNEY
Em uma das últimas entrevistas antes de sua morte, Verney descreveu o tormento pelo qual ele e sua esposa passaram em Dargle Cottage:
Havia aquilo… que era introduzido na cabeça como uma broca. Nem sempre fazia barulho, mas ele podia começar a qualquer momento. Minha mulher ficava estérica. Eu perdi a memória e, por causa da falta de sono, ficávamos muito irritados. Aquilo podia durar a noite inteira. Se estivéssemos permanecido ali por mais tempo, estaríamos mortos ou teríamos nos transformado em “vegetais”.
A quem o senhor atribuía a culpa?
No início acreditávamos que estava relacionado com a agricultura. Entramos em contato com um funcionário municipal da Saúde Ambiental, mas este foi transigente e disse que não iria fazer nada. Agora, acredito que era algo relacionado com a Guerra Fria.
O que fez o senhor acreditar que o som era proveniente da casa vizinha?
Na casa existia um edifício muito suspeito, rodeado por uma cerca de quatro metros de altura. Ao redor da casa existia também um bünquer e um falso segundo andar sem janela. Tudo era muito estranho.
O senhor e sua esposa eram um alvo ou apenas estavam no lugar e no momento errados?
Acredito que esse edifício tenha sido construído em 1982 e como apenas íamos para casa nos finais de semana, não se fixaram em nós. Com certeza, surpreenderam-se ao descobrirem que nós havíamos nos estabelecido entre seu campo de testes. Quando começamos a reclamar, é possível que tenha aumentado a intensidade daquilo.
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Antony Verney documentava em seu diário os destaques noturnos em Dargle Cottage. Como revelam essas notas, sua vida era angustiante:
03/01/84 - Noite assustadora, a pior deste Natal. Vibrações, grandes zumbidos e ruídos parecidos com o de uma locomotiva a vapor. Impossível de dormir. Durou até as 2:30h. Forte som escutado rapidamente pelas 3 da manhã.
05/01/84 - Assustadores ruídos e vibrações por toda a noite. Uma novidade: uma espécie de feixe eletromagnético direcionado contra a casa às 3 da manhã, atacou de repente, produzindo dores agudas na cabeça e nas têmporas.
06/01/84 - Outra vez atacados por um feixe. O ruído só parou às 8 da manhã.
07/01/84 - O ruído apareceu novamente… zumbido agudo e repentino.
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DOENÇAS PROVOCADAS POR RADIAÇÃO
Um estudo da Universidade de John Hopkins de Nova Iorque confirmou que a radiação eletromagnética pode produzir uma incomum condição do sangue, conhecido como policitemia. A alteração que afeta uma de cada 200.000 pessoas, produz um grande aumento do número de hemácias. Em conseqüência disso, o sangue fica espesso, produzindo enxaqueca, pressão arterial elevada e em casos extremos, coágulos sangüíneos e leucemia. No microscópio, o espesso sangue policitêmico (acima, à esquerda) se destingue claramente do sangue normal (acima, à direita).
ARMAS DE MICROONDAS
O público conhece as microondas por causa dos fornos que utilizam esse tipo de radiação para cozinhar alimentos. Contudo, a mesma tecnologia já existe a anos e foi de grande interesse militar, como é demonstrado em alguns documentos obtidos graças ao Ato de Liberdade de Informação.
Em um dos documentos, Análise das microondas para a guerra de contenção (1972), é explicado que uma das principais finalidades das microondas “é aumentar a exposição de um alvo, permitindo que as armas matem”. O documento ainda revela que “Assim que o inimigo se aproxima, o feixe é atividado e, provavelmente ele começará a sentir fortes dores e morrerá depois de 35 segundos”. Um esquema (acima) reproduzido no documento ilustra o que ocorre quando o inimigo aproximasse do emissor de microondas. “A intensidade continuará aumentando e o inimigo morrerá antes de chegar a 300 m da barreira”.
Os manifestantes a favor dos direitos civís que manifestaram-se em frente à base nuclear dos EUA, em Greenham Common na Grã-Bretanha, anunciaram que, em 1985, foram “varridos” por microondas. Se não fossem pelas provas médicas, as reclamações teriam sido ignoradas. Em um dos protestantes foram diagnosticados queimaduras solares depois de ter passado uma fria noite de inverno no exterior da base.
A descoberta de corpos sob as ruas de Tóquio obrigou o Japão a admitir que seres humanos foram usados em experiências de armas biológicas
“Cortei abrindo-o do peito ao estômago enquanto ele gritava terrivelmente. Para os cirurgiões, isto era o trabalho rotineiro” Legista anônimo, UNIDADE 731
Sob o asfalto das ruas de Tóquio existem um deposito de restos humanos. Os operários que trabalhavam em Shinjuku, um movimentado e famoso bairro de Tóquio, em plena urbanização, ficaram horrorizados. A noticia dessa descoberta, ocorrida em 1989, varreu toda a cidade de Tóquio, como uma grande onda. Incapaz de ocultar a verdade por mais tempo, o governo japonês viu-se obrigado a reconhecer o mais terrível segredo da Segunda Guerra Mundial. A poucos metros das obras, esteve localizado o laboratório do tenente-coronel Shirô Ishii, pai do programa de guerra biológica do Japão: a Unidade 731.
As cobaias humanas empregadas em suas experiências foram transferidas da base da Manchúria para seu laboratório. No termino da guerra, os restos mortais destas pessoas foram enterradas em uma fossa comum e lá permaneceram ate ser descoberta em 1989. Durante 40 anos, as atividades da Unidade 731 foram o segredo mais bem guardado do Japão.
Os trabalhos da unidade permaneceram inéditos ate a descoberta, em uma loja de livros usados, de anotações feitas por um oficial da Unidade 731. Os documentos descreviam detalhadamente as experiências biológicas e demostravam que as cobaias das experiências de Shiro Ishii e sua equipe eram seres humanos. jovem Ishii era um brilhante microbiólogo do exercito. Com sua carismática personalidade, logo atraiu a atenção dos oficiais veteranos e conseguiu uma rápida promoção de posto. Aliando-se com ultranacionalistas do Ministério de Guerra do Japão, Ishii fez uma forte pressão a favor do desenvolvimento de armas biológicas.
Quando o Japão invadiu a Manchúria, em 1931, Ishii vislumbrou sua oportunidade. Com uma grande verba anual e 300 homens, sua primeira missão recebeu o nome secreto de “Unidade Togo”.
Conhecidas como “Campo de Prisão Zhong Ma”, as instalações da Unidade 731 foram costruídas com mão-de-obra forçada chinesa. No centro, existia um edifício , o ‘Castelo Zhong Ma’, que mantenham os prisioneiros em um laboratório .
Os escolhidos para os testes humanos era chamados de 'marutas’, que significa troncos. Numerados em ordem crescente ate o numero 500, os prisioneiros eram desde 'bandidos’ e 'criminosos’ ate 'pessoas suspeitas’. Eram bem alimentados e faziam exercícios regularmente, somente porque sua saúde era vital para a obtenção de bons resultados científicos.
Quando Ishii necessitava de um cérebro humano para uma experiência, ordenava que os guardas obtivessem o órgão. Enquanto o prisioneiro era pego por um dos guardas, que segurava seu rosto contra o chão, o outro quebrava-lhe o crânio com um machado. O órgão era retirado grosseiramente e levado rapidamente ao laboratório de Ishii. Os restos mortais do prisioneiro sacrificado eram lançados no crematório do campo.
As primeiras experiências centraram-se nas doenças contagiosas, como o antraz e a peste. Em um dos testes, guerrilheiros chineses foram infectados com bactérias da peste. Doze dias depois, os infectados contorciam-se com febres de 40 graus celsos. Um desses guerrilheiros conseguiu sobreviver por 19 dias antes que lhe fizessem uma autopsia enquanto ainda estava vivo.
Alguns prisioneiros foram envenenados com gás fosfina e em outros foi aplicado cianureto de potássio. Alguns prisioneiros foram submetidos a descargas elétricas de 20.000 volts. Os prisioneiros que sobreviveram ficavam à disposição para receberem injeções letais ou para serem dissecados vivos. Cada morte era registrada por membros da unidade.
A qualidade do trabalho, assim como sua personalidade, garantiram a Shirô Ishii um crescente poder. Em 1939, pôde mudar-se para instalações tão grandes quanto o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau da Alemanha nazista. O novo quartel general da unidade 731 situava-se em Pingfan, Manchúria.
O complexo de Pingfan possuía 6 km2 e abrigava edifícios administrativos, laboratórios, galpões, uma prisão para indivíduos submetidos aos teste, um edifício de autópsias e dissecação e três fornos crematórios. Um campo localizado em Mukden, detinha os prisioneiros de guerra americanos, britânicos e australianos, que também eram usados nas experiências.
As baixas temperaturas diminuíram o rendimento militar durante os rigorosos invernos da Manchúria. Por esse motivo, as experiências sobre o congelamento foram especialmente desenvolvidas. Alguns prisioneiros eram deixados nus, ficando submetidos a temperaturas abaixo de zero e seus membros eram golpeados com paus até que se produzissem sons secos e metálicos indicando que o processo de congelamento estava terminado. Em seguida, os corpos eram “descongelados” através de técnicas experimentais.
Em seu livro Factories of Death (Fábricas da Morte), Sheldon Harris, professor de história da universidade da Califórnia, descreve outras experiências, como a suspensão de indivíduos de cabeça para baixo, para determinar quando morreriam asfixiados. É quase indescritível a prática de injetar ar nos prisioneiros para acompanhar a evolução das embolias. Em outros indivíduos, era injetada urina de cavalo em seus rins.
Sem nenhum sentimento de culpa, Ishii redigia regularmente documentos nos quais descrevia os resultados de suas experiências. Nestes relatórios, dizia que os teste eram realizados em macacos. O uso de seres humanos como cobaias era mantido em segredo.
Até o fim da segunda guerra mundial, Ishii, então tenente-coronel, fez um pacto de juramento com seus subordinados para manter as experiências em segredo. Pingfan e outros lugares foram destruídos, e Ishii e seus homens regressaram para casa no anonimato. As atividades da unidade 731 permaneceram ocultas.
Porém, nada passa despercebido pelos serviços de inteligência. Apesar das precauções de Ishii, os aliados possuíam inúmeros dossiês sobre os principais microbiólogos japoneses. Os estrategistas dos Estados Unidos apreciavam as vantagens táticas da guerra biológica, pois os agentes biológicos podem ser introduzidos inadvertidamente nos campos de guerra, e sabiam que Ishii havia realizado tais práticas em diversas ocasiões na China e em outros lugares.
Os aliados estavam ansiosos para obter detalhes das experiências e das técnicas utilizadas por Ishii. Em particular, procuravam os relatórios das experiências com seres humanos, aos quais atribuíam um grande valor. No final da guerra, os cientistas de Fort Detrick, Maryland onde ficavam as instalações de guerra biológica dos Estados Unidos , iniciaram uma série de entrevistas com os técnicos japoneses, nenhum deles chegou a considerar as implicações éticas que o assunto envolvia.
Uma vez constatados os fatos, um cabo informou ao Departamento de Guerra de Washington que “informações posteriores reforçavam a conclusão de que o grupo dirigido por Ishii violou as normas de guerra”. O relatório informava ainda: “esta opinião não é recomendação para que o grupo seja acusado”.
Desejando impedir que os soviéticos obtivessem as informações de Ishii, os Estados Unidos fizeram um pacto com o próprio. Porém, era necessário vencer um importante obstáculo. As experiências deviam ser ocultadas, deveriam ser o “maior dos segredos”, o mais obscuro deles. Os prisioneiros de guerra que regressavam, davam terríveis depoimentos sobres as experiências que foram realizadas neles. Se estes depoimentos se tornassem conhecidos, a opinião pública ficaria indignada e exigiria medidas drásticas. Portanto, havia apenas uma saída: o encobrimento dos fatos.
Os procuradores do tribunal de crimes de guerra de Tóquio foram orientados para que investigassem superficialmente os fatos. Os prisioneiros de guerra foram coagidos a guardar segredos. Foi oferecida imunidade a todos os membros da unidade de Ishii, em troca de informações e cooperação. Iniciava-se o maior encobrimento dos fatos de guerra. Com a descoberta, em 1989, dos corpos enterrados nos subterrâneos de Tóquio, a história veio a tona e os ex-combatentes começaram a relatar suas experiências.
“Que me mantêm se não a verdade, pois jamais esquecerei”, declarou furiosamente Joseph Gozzo, antigo engenheiro de aviação, que atualmente vive em San José, Califórnia. Enquanto esteve preso, foi usado em experiências onde teve bastões de vidro introduzidos no seu reto. “não posso acreditar que o nosso governo os tenha deixado livres”, disse.
Em 1986, o ex-prisioneiro de guerra Frank James relatou suas lembranças a um comitê do congresso dos Estados Unidos. “Éramos apenas pequenas peças de um jogo, sempre soubemos que existia um encobrimento”, disse James.
Outro ex-prisioneiro, Max McClain, lembra que junto com seu companheiro de cela, George Hayes, eram colocados em filas para receberem injeções. Dois dias depois, Hayes lamentava-se: “Mac, não sei o que esses desgraçados me deram, mas sinto-me muito mal”. Naquela mesma noite, dissecaram Hayes.
A audiência durou apenas metade de um dia e somente um dos 200 sobreviventes foi convocado. O responsável pelos arquivos do exército declarou que os documentos obtidos de Ishii haviam sido devolvidos ao Japão, ainda na década de cinqüenta. Surpreendentemente, não havia se preocupado em fazer foto copias dos documentos.
Na intenção de ocultar a verdade, os governos dos Estados Unidos e Japão, negaram que tais atrocidades tivessem ocorrido, apesar disso, uma serie de relatórios oficiais tornaram-se públicos. Em um arquivo do quartel general de McArthur, costa que a investigação da Unidade 731, foi realizada sob ordens da junta de Chefes do Estado Maior e “é essencial guardar segredo absoluto na intenção de proteger os interesses dos Estados Unidos e salva-los do escândalo”. Finalmente, em 1993, o segredo oficial tornou-se publico com a abertura dos relatórios das experiências biológicas da Segunda Guerra Mundial.
Depois da guerra, muitos dos responsáveis pelas experiências japonesas tiveram muita sorte. Vários deles graduaram-se em medicina e um deles chegou a dirigir uma companhia farmacêutica japonesa. Outros ocuparam cargos que foram desde a presidência da Associação Medica japonesa ate a vice-presidência da Green Red Cross Corporatino. Um membro da equipe de congelamento chegou a tornar-se um importante empresário da industria frigorifica japonesa. Shirô Ishii morreu em 1959 sem mostrar nenhum sinal de arrependimento.
Antes de cessar suas atividades, Ishii ainda iria influenciar mais profundamente os aliados. A aceitação de seu trabalho significou que havia sido ignorado o termo que impedia a utilização de seres humanos como cobaias de experiências cientificas, estabelecido no acordo de 1925, na Convenção de Genebra. Os cidadãos dos Estados Unidos e do Reino Unido serviram de cobaias, desta vez nas cínicas mãos de seus próprios governos.
GUERRA
Durante mais de 40 anos, os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos testaram armas biológicas em cidadãos desavisados.
As armas químicas e biológicas são os mais terríveis instrumentos de destruição em massa. Com baixo custo e de fácil produção, são capazes de dizimar o inimigo, envenenar colheitas, e deixar gerações doentes e deformadas entre os que conseguem sobreviver. Tudo isto, a um custo infinitamente menor que o armamento nuclear e sem a necessidade de grandes desdobramentos de tropas.
No final de 1947, os serviços de inteligência dos EUA estavam prestes a conseguir estas armas apocalípticas. Através de acordos secretos com Shirô Ishii, chefe da unidade 731 - a equipe responsável pela guerra biológica japonesa -, tomaram conhecimento em primeira mão dos efeitos que numerosos agentes causaram nos seres humanos.
As horríveis histórias que os sobreviventes contaram foram encobertas para evitar “incômodos” a Ishii e seus colaboradores, e os governos ocidentais concederam imunidade a todos os membros da unidade 731 para poderem ter acesso às suas descobertas. Como expõe friamente um relatório do Pentágono de dezembro de 1947: “Tais informações não poderiam ser obtidas em nossos laboratórios em razão dos problemas morais inerentes às experiências com humanos. Estes dados foram obtidos com um investimento de 250.000 dólares, muito barato…”.
Por este pequeno preço os governos britânicos e norte-americano, obtiveram exaustivos detalhes dos efeitos da guerra biológica nos seres humanos. Receberam também, relatórios de autopsia ao vivo, dissecações em fetos e bebes, além de um meticuloso estudo sobre sintomas da peste, do tifo, doenças veneras, varíola, gangrena, salmonelíase, escarlatina, tétano, coqueluche e inúmeras doenças atrozes. O fato do Ocidente ter permitido que Ishii ficasse impune, constitui um dos segredos mais obscuros da segunda guerra mundial, e permaneceu arquivado como informação secreta durante mais de 30 anos.
Sabendo que as doenças podiam ser os agentes biológicos ideais, os governos ocidentais começaram um programa nas bases de ataques “suave” em algumas de suas cidades mais importantes, para determinar os métodos mais eficazes de comunicação em massa.
Quando a guerra fria se iniciou, o pentágono começou a temer que um submarino soviético pudesse entrar em suas águas, liberando uma nuvem de bactérias e desaparecendo antes que a população percebesse que tinha sido contaminada. Dessa forma, em setembro de 1950, dois patrulheiros da marinha, na baía de San Francisco, lançaram uma nuvem de Serratia marcescens, uma bactéria relativamente benigna desenvolvido nos laboratórios de Port Down no Reino Unido.
Depois de seis destes ataques “suaves” percebeu-se que 300km2 de área de São Francisco tinham sido infectadas e quase toda a população havia inspirado a bactéria. Essa experiência provava que uma importante cidade era totalmente incapaz de defender-se de uma contaminação em massa, provocada por uma bactéria difundida através do ar.
No final dos anos 50, o exercito dos EUA tinha realizado experiências em Savannah 99Georgia) a Avon Park (Florida). Grandes quantidades de mosquitos foram lançadas por aviões em zonas residenciais, uma técnica da unidade 731. Muitos residentes ficaram doentes, outros morreram. Em seguida, militares, disfarçados de funcionários da saúde publica, realizaram testes médicos nos infectados. Ainda que os detalhes dessa experiência continuem sendo secretos, acredita-se que os mosquitos eram portadores da febre amarela, um vírus que provocava febres altas e vômitos e causa a morte de um em cada três infectados.
Outros testes realizados para comprovar a vulnerabilidade das cidades aos ataques biológicos foram realizados no Reino unido, Canada e EUA culminando com um ataque à cidade de Nova Iorque em 1966. Agentes da Chemical Corps Special Operation Division, borrifaram através das grades de ventilação das estações de metro, a bactéria Bacillus nas horas de maior movimento. As turbulências criadas pela passagem dos vagões, demostrou que esse era um meio para propagar bactéria por toda a cidade.
O ataque infectou quase um milhão de pessoas e mais uma vez, foi comprovado que não há forma de defender-se de um ataque inimigo. Tomando conhecimento disto, os EUA deram um passo adiante e dedicaram-se a pesquisa de aplicações militares: a possibilidade de sobreviver a um ataque inimigo ou pelo menos a mutua descrição através de infecções em massa teriam que estar garantidas.
Os conhecimentos adquiridos não foram utilizados para fins militares ate a guerra da Coréia. Em uma noite, os habitantes do povoado de Min-Chung ouviram um avião sobrevoar seus telhados. Quando acordaram descobriram um grande numero de ratos do mato, a maioria deles mortos e muitos com a pata fraturada. Aterrorizados os homens da aldeia queimaram os roedores, exeto quatro deles. Teste confirmaram que estavam infectados pela peste bulbonica.
Uma comissão internacional investigou este e outros incidentes semelhantes, publicando suas conclusões no relatório da comissão cientifica internacional sobre as acoes relativas a guerra bacteriológica na Coréia e na china. Em relação ao incidente de Mim-Chung, o relatório informa: “não há duvida de que um grande numero de ratos do mato infectados com a peste bulbonica foram lançados no distrito de Kan0Nan, durante a madrugada de 5 de abril de 1952, desde o avião que os habitantes ouviram. O avião foi identificado como sendo um F-82, um caça noturno de dupla fuselagem norte-americano”. O governo dos EUA negou as acusações.
A guerra biológica apareceu novamente na guerra do Vietnã. O exercito dos EUA utilizou desfolhantes para assolar as selvas nas quais os viet congs se refugiaram. Destruiu plantacoes para desmoralizar os inimigos e seus simpatizantes. Pesquisaram-se aproximadamente 26.000 variações de herbicidas e desfolhantes para serem utilizados do sudeste asiático. Destas substancias foram escolhidas seis para devastar a selva. Foram chamadas de agente purpura, verde, azul, branco, laranja, rosa, dependendo da cor de seus componentes. De todas elas, o agente laranja era o mais poderoso e foi utilizado para devastar a área cuja vegetação era mais densa. O produto era composto do desfolhante 245-T, desenvolvido na Inglaterra e uma pequena contidade de dioxina; a combinação acelerava o crescimento de arvores e arbustos de forma que o próprio peso as destruía. Também produzia efeitos terríveis sobre os humanos.
A operação “Ranch Land” constituiu em espalhar agente laranja em uma área de 50.000 km2 no final da guerra havia sido lançado no vietna mais de 110 kg da dioxina que fazia parte da composição do agente laranja (85g da letal toxina depositado no abastecimento de água de Washington seriam suficientes para matar seus habitantes). Nos recém-nascidos apareceram terríveis deformações, triplicaram os casos de bebes com lábio leporino e espinha bifita e o numero de bebes nascidos mortos duplicou.
Em resposta as denuncias feitas pelos médicos de Saigon, o pentágono insistiu que a utilização de produtos químicos para destruir a vegetação da selva não violava nenhum tratado internacional. Apesar dessa atitude, era obvio que os efeitos de desfolhação foram mais longe que a mera devastação da selva, e os norte-americanos que se opunham a guerra do vietna, pressionaram a proibição do agente laranja. Em 1977, o governo cedeu e foi publicada a convenção de armas biológicas, na qual ficava proibida a guerra biológica considerando que era “incompatível com a consciência da humanidade”. As experiências, no entanto, continuaram secretamente.
Encaradas como “a bomba atômica do pobre” as armas biológicas são uma opção atrativa e barata. Durante a guerra o golfo as forcas aliadas foram muito cautelosas com os possíveis ataques já que a combinação da alta temperatura com a pele suada tornava os soldados muitos vulneráveis aos agentes biológicos. Antes da invasão do Kuwait, sabia-se que o Iraque tinha armazenado inúmeras armas biológicas. O arsenal incluía 28 mísseis SCUD carregados com gás sarim, 800 bombas de gás nervoso, 60 toneladas de gás nervoso tabun e 250 toneladas de gás mostarda, e não foi destruído pelo bombardeio em massa do aliado. Depois dos ataques com armas biológicas no setor curto do iraque, no final dos anos 80, suspeita-se que Saddan Hussein pode ter feito experiências com estas armas contra forcas aliadas.
Se o uso de armas biológicas em um contexto militar é alarmante, pensar que grupos terrorista podem ter acesso a elas e usa-las em populosos centros urbanos, inspirava pavor. Um recente incidente dessa natureza alarmou o mundo inteiro. Em de 1995 o atentado com gás sarin no metro de Tóquio, cometidos por membros da seita Aum Shinriyko, provocou 12 mortes. Se a mistura química e o sistema de difusão tivessem sido um pouco diferente, o numero de mortes teria sido muito maior.
Agora se sabe que a seita Aum Shinriyko pregava a destruição do ocidente, e as armas biológicas teriam sido facilitadas pela Rússia desejando conseguir ajuda financeira do Japão. Acredita-se que a seita, auxiliada pelos serviços secretos russos, pode ter tido acesso as industrias química russas.
Por causa da expansão do crime organizado na Rússia, as potências ocidentais temem que as armas possam ser adquiridas no mercado negro. É muito fácil transportar e esconder os mesmos elementos necessários para realizar o atentado de Tóquio. Dois produtos químicos inofensivos podem ser misturados para tornarem-se agentes mortais, o que significa que em teoria, estão ao alcance de qualquer organização decidida a obte-los.
Parece absurdo pensar que a Inglaterra e os EUA, quando decidiram manter em segredo as atividades da unidade 731, podiam prever estas ameaças da guerra biológica moderna. Contudo fazer experiências com armas potencialmente tão destrutivas, poucos anos depois das devastadoras explosões de Hiroshima e Nagasaki, é um fato que desafia a lógica. Enquanto construía os fundamentos da terceira guerra mundial, o ocidente lançava sobre o mundo uma nova e terrível forma de morte.
Algún día me iré a vivir a “en teoría” porque “en teoría” todo está bien.
Cojo el coche
y me voy a América.
La tengo al lado.
Y no es “América” en realidad,
hablo de Estados Unidos,
pero se lo tienen muy creído
y nos la han colado.
Teorizo sobre la colonización
mientras me como una hamburguesa
con kétchup rodeado de Los Ángeles.
Al final saco nada en claro
sobre cómo salir de la situación
en la que claramente estamos.
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