#confusão

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Ah, o amor

Eu não escolhi me apaixonar. Inclusive, eu estava exatamente fugindo do amor quando você me encontrou.

Nossa conexão foi imediata. Em poucos dias, parecia que nós éramos íntimos havia anos. Nossas almas estavam entrelaçadas de um jeito que as forças do universo nunca poderiam explicar.

Eu olhei para os seus olhos e eu quis saber o que fazia eles brilharem. Não demorou muito até eu descobrir algumas coisas.

As coisas que faziam seus olhos brilharem eram muitas e isso era incrível! Você se entrega tanto para as coisas nas quais é apaixonado. Seus olhos brilham quando conversamos sobre o universo e sua imensidão, quando nós rimos, quando dançamos, quando ficamos acordados até de madrugada… quando você simplesmente olha para mim. Eu percebi que eu faço seus olhos brilharem, e tudo que eu pensei naquele momento foi “não, não, não, eu não concordei com isso!”

Eu me recusei a aceitar o óbvio, e menti para mim até acreditar que todos os seus amigos faziam seus olhos brilharem daquele jeito. Mas é claro, não há como eu ser especial nesse ponto - não para você, nem para ninguém no momento. Simplesmente, não.

E o tempo passou.

Algo me puxava para você, algo que eu decidi que era uma forte ligação de amizade, um amor completamente e estritamente platônico. Ah, e como isso acalmava minha alma. Nos aproximamos cada vez mais e tudo ia perfeitamente bem. Quer dizer, até que não mais.

Eu sempre tentei manter um certo limite entre o que poderia acontecer entre nós. E o que eu faço com esse limite quando eu olho para ele e só quero que ele desapareça?

O que eu faço quando minha mente vaga sozinha e eu começo a imaginar o jeito que você deve beijar alguém? Quando eu imagino que os lábios que você beija poderiam ser os meus? O que eu faço quando sinto esse embrulho horrível no estômago quando ouço você falar o nome de outra pessoa? E quando eu sei que eu provavelmente não sou uma opção para você por culpa minha, pelos limites que eu impus?

Eu lutei tanto para afastar o amor de mim. Eu não queria amor. Eu queria paz.

Mas, agora, parece que a única paz que eu posso ter é perto de você.

O que eu faço?


~Misty

Sentimentos…

O que fazer quando você sente algo que simplesmente não consegue explicar?

Esse sentimento estranho que você sabe que não é bom, mas que também não sabe exatamente o que é?

As palavras andaram falhando miseravelmente comigo ultimamente. Sempre que preciso colocar as coisas para fora, tentar explicar com palavras o que está acontecendo, nada sai.

Nada, além de um grito mudo.

Um grito ninguém nunca ouviria, mas com tanto desespero que qualquer um, mesmo sem ouvi-lo, poderia senti-lo dentro de si.

Se meus gritos fossem notas de um piano, seriam aquelas mais graves tocadas ao mesmo tempo que as mais agudas possíveis. Eles seriam trovões, que parecem ter o poder de destruir tudo ao seu redor com apenas barulho. Eles seriam sussurros com palavras indiscerníveis que pareceriam conseguir fazer tudo ficar bem mas com um tom ameaçador que cria arrepios em sua pele.

Eles seriam um gesto reconfortante e, ao mesmo tempo, um ato de agressão. Seriam um abraço apertado junto a um tapa inesperado. Eles seriam um beijo nos lábios junto a um tiro na cabeça.

Eles seriam tudo e nada ao mesmo tempo.

Seriam uma confusão que não faria sentido para ninguém - nem mesmo para mim -  porque é exatamente assim que me sinto. Eles seriam todas as milhares de palavras que quero falar enquanto nada sai da minha boca. Eles seriam tudo que eu queria guardar para mim ao mesmo tempo que queria gritar para os céus para que todos pudessem ouvir e, talvez, até tentar entender.

Tentar entender o que eu sinto - e falhar miseravelmente. Porque, se nem eu mesma consigo entender o que eu sinto, o que outras pessoas conseguiriam entender… se elas nem mesmo sentem?

~Misty

você.

você e eu,

uma música e um maço,

uma noite quente de março

e o seu sorriso;

e o seu beijo


você. você. e eu?

você e eu.

e nossas piadas.

e nossas danças.

e nossa perdição…

você é minha perdição…

você. você… e eu. que eu?


o eu apaixonado,

encantando por tanta beleza,

o eu que te guarda na memória,

o eu que te carrega no coração.


quem te ama sou eu. quem sou eu?

amo quem? quem é você?

você é você? sou eu e você?

sou eu e eu? você e eu…

você ou eu?


quem sou eu? sou eu quem escrevo pra você.

pois eu não sei, mas eu te amo.

isso é amor? amor, amar, eu amo? amo quem?

você?

mas quem é você, que nem existe?


—phelipe.

(21.12.19)

Se não desse errado não seria eu!

Gabrielle Barbosa

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