#sentimentos

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O que é isso que eu sinto aqui?
Quando eu olho pra ti.
Eu sinto que não acabou.
Será puro otimismo?
Será o desejo inconsciente de reviver o passado?
Eu sinto que não acabou.
Eu vejo o que ninguém mais vê.
Eu ouço as palavras que você se recusa a dizer.
Eu só não sei, se o que eu sei é realidade ou ilusão.

Olhos castanhos


Já é tarde da madrugada, o dia está quase amanhecendo e nós dois ainda estamos acordados.

Sentados um de frente para o outro, conversamos sobre tudo o que se possa imaginar. De discussões sobre a vida e o destino até alguns fatos curiosos sobre nós mesmos, tudo é muito fácil de se falar e de se escutar. Eu fico feliz todas as vezes em que compartilho algum pensamento íntimo sobre a vida, você sempre me responde com um sorriso, tão simples e tão carinhoso. Seus olhos sempre brilham quando isso acontece, e eu adoro poder ver isso de perto.

Eu me distraio enquanto você fala, algo no seu olhar me prende a atenção. Acabo ficando em silêncio por alguns segundos, observando, ou melhor, admirando o que vejo. É como se houvesse um mundo inteiro lá dentro, um mundo repleto de mistérios e de magia que só pode ser visto quando ele quiser que você o veja.

Você sorri, possivelmente curiosa do motivo de eu estar te encarando tanto, e decide fazer o mesmo comigo. Nossos olhares se conectam e, como num passe de mágica, tudo em volta de nós deixa de ter importância. Tudo o que existe agora é o seu universo castanho.

Você aproxima o seu rosto ao meu, talvez até sem perceber, e um calor muito aconchegante inunda o meu peito. Passamos mais alguns segundos no completo silêncio, admirando o mundo um do outro.

Eu sinto meu rosto avermelhado e meu coração pulsando rápido. Com vergonha, eu me viro e dou uma risada sem graça. Você faz o mesmo. Eu tento disfarçar como estou, mas minha respiração está engraçada e minhas mãos estão tremendo. Minha voz falha quando tento dizer algo e é difícil me concentrar na nossa conversa.

Eu só consigo pensar em como eu gostaria de me perder nos seus olhos castanhos.


OrenZ

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Música recomendada: https://www.youtube.com/watch?v=_Spw1jQV4qI


Um vento gentil assopra enquanto as últimas folhas de outono caem. Uma a uma, as milhões de folhas secas preenchem o solo, cobrindo toda a extensão da floresta com várias camadas de folhas, acolchoando as pisadas cansadas de meus pés. Eu tiro alguns segundos para respirar mas um choro inevitável me impede de sentir o frescor da mata.

Eu olhei para dentro da floresta e o que vi foi um reflexo de mim: árvores secas, galhos sem folhas, uma floresta preenchida pelo vazio. Uma melancolia suavemente agressiva impregna meus pensamentos, fazendo vultos do meu passado se manifestarem em minha mente, mais numerosos a cada folha que se desprende de sua origem. Uma solidão implacável me atinge, pois me lembra como esse sentimento incurável é o meu pior e mais eterno companheiro de jornada.

Em meio ao transe imobilizante, forças invisíveis me puxam e empurram para dentro da floresta. É escuro, é excessivamente escuro. Esse lugar não respeita as regras do nascer ou do despontar do Sol, pois o vazio acumulado nas árvores impede que qualquer luz de fora entre. O silêncio também é absoluto e um frio sinistro corre na minha espinha, agora que não tenho mais distrações do som ou da visão, os vultos das minhas memórias estão vivos como nunca.

Eu tento achar uma saída deste labirinto sombrio mas é impossível, algo me puxa incessantemente para o interior mais profundo daqui. Minha respiração está curta e meu peito dói, minha mente só se preenche de culpa. Contornos surgem das sombras e caminham em minha direção e logo reconheço quem são: são pessoas, todos aqueles que um dia eu já feri. Seus rostos tristes nada dizem, seus olhos vazios nada fazem, apenas me observam e param ao se aproximar. Alguns deles ainda choram, são meus velhos amigos, meus antigos amores, minha família. Eu tento balbuciar palavras de perdão e arrependimento mas é impossível, é impossível corrigir o passado.

Tremendo e sem forças para ficar em pé, meus joelhos desabam ao chão. Nesse momento uma única figura se forma à minha frente, mais melancólica que todos, mais machucada que todos os outros. Eu ainda sinto seu coração batendo, pulsando, tentando seguir em frente, mas seu choro forte evidencia toda a sua mágoa de nossos sonhos incompletos e despedaçados. Seus olhos cinzentos e cheios de lágrimas me lembram de uma das piores verdades da vida: reconhecer que amar também significa partir.

Mais imagens aparecem das sombras, dessa vez todas ao seu lado. São nossos amigos, que me observam decepcionados. São seus amigos, que me encaram indignados numa mistura de nojo e ódio. Eu desvio meu olhar para o chão, mas um deles, uma mulher, avança e me agarra pelo pescoço, ela quer que eu veja o sofrimento que causei à essas pessoas, ela quer que eu saiba o ódio que eles sentem por mim. Eu desvio o olhar mais uma vez, envergonhado e culpado, e nesse momento ela usa toda sua força para me levantar e me derrubar de costas para o chão. O impacto me faz perder todo o ar em meus pulmões. Agora com as duas mãos no meu pescoço, ela me estrangula com uma força que só pode ser comparada ao seu ódio por mim.

Deitado sobre o leito de folhas secas, vejo meus fantasmas formarem um círculo ao meu redor. Seus olhos continuam fixados aos meus. Meu corpo não tem forças para reagir, meus espírito não possui mais determinação para isso. Logo acima de mim, me encarando com os olhos mais tristes de todos, com o coração mais frustrado de todos, lá está ela. Tudo o que consigo fazer é sentir culpa. Um último som surdo escapa de minha boca, um singelo, quase inaudível, “me desculpe”.

Minha consciência apaga.



OrenZ, the Pilgrim


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Escrito em 2012, texto atemporal, chego arrepio… . . . #Escritora #ospoemasdeana #Writer #ref

Escrito em 2012, texto atemporal, chego arrepio…
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