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A segunda parte desta série de artigos sobre o filme “De Olhos Bem Fechados” terá um olhar mais atento à sociedade secreta da elite descoberta pelo personagem principal do filme, Bill Hartford, e como ela se assemelha a organizações da vida real. Será que Stanley Kubrick estava tentando alertar o mundo sobre a elite oculta e seus modos depravados?

Na primeira parte desta série sobre “De Olhos Bem Fechados”, nós analisamos os personagens principais do filme e o mundo simbólico criado por Kubrick em torno deles. Vimos que Bill e Alice Hartford são um casal de classe alta casado que não estava imune às tentações do adultério. Vimos também que o casal estava em contato com o alto escalão de Nova York e e seus modos decadentes - um mundo que fascina Bill, mas que tem um lado obscuro, que é escondido do público. Neste artigo, vou pular direto para a parte mais perturbadora do filme: O ritual da sociedade secreta.

Quando Bill descobre que sua esposa pensou em trai-lo, ele embarca em uma série de estranhos encontros (que vou analisar na terceira e última parte desta série) e mais tarde acaba em uma luxuosa casa em Long Island, onde ele encontra uma grande reunião de indivíduos mascarados participando de um ritual oculto. Visto que ele nunca foi iniciado nessa sociedade secreta, Bill nem deveria saber que ela existia, e muito menos ser testemunha de uma de suas “reuniões”. Então, como ele descobriu sobre isso? Bem, um passarinho disse-lhe.

Nick Nightingale 

Em um momento durante sua estranha noite, Bill encontra seu velho amigo Nick Nightingale em um jazz café. O pianista profissional revela a Bill que ele às vezes é contratado por pessoas misteriosas para tocar, com os olhos vendados, durante as festas misteriosas que estão cheias de mulheres bonitas. Essa informação tentadora intriga Bill ao mais alto grau, porque, desde a sua conversa com sua esposa, ele parece estar à procura de algum tipo de… experiência. Nick finalmente faz um grande erro e concorda em fornecer Bill todas as informações necessárias para acessar o local.

Umnightingale(rouxinol) é um tipo de pássaro que é conhecido por cantar na noite, assim como Nick Nightingale “canta” informação secreta no início da noite fatídica de Bill.

A senha para entrar no ritual é “Fidelio”, que significa “fidelidade”, tema principal do filme. Mais importante ainda, como assinala Nightingale, “Fidelio” é o nome de uma ópera escrita por Beethoven sobre uma mulher que se sacrifica para libertar seu marido da morte como um prisioneiro político. Essa senha realmente prenuncia o que vai acontecer durante esse ritual.

Depois de obter os detalhes de Nightingale, Bill aluga uma fantasia em uma loja chamada “Rainbow” (mais sobre a loja no próximo artigo)… e então começa a ir para Somerton, a propriedade onde a festa está sendo realizada.

A Elite Oculta

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O ritual oculto ocorre em Somerton, em Long Island. O prédio usado para filmar a cena do lado de fora é Mentmore Towers no Reino Unido.

O local escolhido para filmar as cenas da elite é bastante interessante. Mentmore Towers foi construída no século 19 como uma casa de campo por um membro da família de elite mais importante e poderosa do mundo: Os Rothschilds. Ao selecionar essa localização, estava Kubrick tentando mostrar ao seu público o equivalente no “mundo real” da ultra-elite mostrada no filme? Aliás, o nome da ligação de Bill com a elite, Victor Ziegler, é de origem judaico-alemã, como Rothschild.

Tem sido documentado que o Rothschilds realmente participam de eventos mascarados muito semelhantes aos apresentados em “De Olhos Bem Fechados”. Aqui estão imagens raras tiradas de uma festa de 1972 dada por Marie-Hélène de Rothschild.

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A Baronesa Marie-Hélène de Rothschild e o Baron Alexis de Redé em uma festa de 1972. Os convites foram impressos em escrita invertida. É de se pensar se esta festa “degenerou” em algo parecido com o que é mostrado em “De Olhos Bem Fechados”.

No filme, quando Bill entra na mansão, ele se mistura com uma multidão de pessoas mascaradas em silêncio observando o ritual. Uma dessas pessoas parecem reconhecer instantaneamente Bill (ou o fato de ele não pertencer ali).

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Um casal usando máscaras venezianas (mais especificamente “bobo da corte mulher” e máscaras “bauta”) vira lentamente em direção a Bill e acena de um jeito assustador. Será Ziegler e sua esposa? Talvez. Kubrick gosta de manter as coisas misteriosas.

Máscaras venezianas foram originalmente usadas durante o Renascimento italiano em Veneza e eram um jeito para a poderosa elite do tempo entrar em imoralidades, sem represálias.

“Embora a origem exata da tradição de máscaras não pode ser conhecida com certeza, a teoria prevalecente é algo como isto: o início no Renascimento italiano, Veneza era um império comerciante extremamente rico e poderoso. Sua posição sobre o mar Mediterrâneo abriu-se a uma miríade de oportunidades de negócios em toda a Europa, Norte da África e Ásia Menor, e sua poderosa marinha permitiu exercer a força militar necessária para defender a sua vasta riqueza. Em uma cidade-estado tão próspera, já era de se esperar que a sociedade veneziana fosse obcecada por classe e rigidamente estratificada. A reputação de um indivíduo era extremamente importante para a percepção de sua ou toda a sua família, e assim, naturalmente, a pressão para agir de acordo com os morais sociais que regem a sua posição social era imensa e sufocante. Os venezianos, diz a teoria, adotaram a prática de usar máscaras e outros disfarces durante a época de Carnaval como uma maneira de suspender a ordem social rígida. Sob o manto do anonimato, os cidadãos de Veneza poderiam afrouxar suas inibições sem medo de represálias. Máscaras ganharam tanta popularidade que os mascherari(fabricantes de máscaras) tornaram-se uma guilda venerada na sociedade veneziana. No entanto, enquanto a palavra do famoso Carnaval Veneziano se espalhava, mais e mais pessoas de fora se reuniram para a cidade todos os anos para participar das festividades. As celebrações do Carnaval tornaram-se cada vez mais caóticas e profanas com o passar dos anos, até o seu declínio no século 18”. 


- Geoffrey Stanton, Guide to Venetian Carnival Masks


Desde então, as máscaras venezianas têm sido usados ​​em círculos de elite e têm se tornado um símbolo de sua filosofia oculta escura. Até a família real britânica parece desfrutar do mesmo tipo de máscaras e eventos.

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Príncipe Charles e a duquesa Camilla em Clarence House com máscaras bauta. 

Esse evento Real especial mostrou mulheres mascaradas que não estavam tão vestidas como as do ritual em “De Olhos Bem Fechados”.

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Modelos na festa com a presença da Família Real. 

Parece evidente que Kubrick cuidadosamente selecionou a localização da propriedade dos Rothschilds e escolheu a dedo as máscaras usadas pelos participantes do ritual, ecoando as famílias e os eventos da vida real.

Cenário do Ritual

Quando Bill entra em Somerton, tudo no filme muda. Não há mais luzes de Natal coloridas e decorações brega. Ao invés do bate-papo incessante entre as pessoas carentes, agora é só a imobilidade e o silêncio.

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Olhando diretamente para a câmera (e para os espectadores do cinema), as máscaras assustadoras são lembretes silenciosos e ainda preocupantes mostrando as “verdadeiras faces” da elite. Note que a máscara multifacetada do lado esquerdo é semelhante à usada na festa dos Rothschilds mostrada acima.

A música no filme também muda drasticamente. A música ouvida no fundo é chamada de “Backwards Priest” e apresenta um Liturgia Ortodoxa Romena Divina tocada de trás para frente. A reversão ou inversão de objetos sagrados é típico da magia negra e rituais satânicos. Por ter essa liturgia cristã tocada para trás, bem antes da fornicação generalizada, será uma maneira de Kubrik de afirmar que a elite não é nada menos do que satânica?

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Aqui vemos Nick Nightingale tocando a música “Backwards Priest”, que significa que as pessoas no ritual realmente ouvem a música e que a coisa toda é coreografada para ela. Nightindale está com os olhos vendados, porque o “profano” não pode testemunhar os rituais ocultistas da elite.

As cenas internas da festa foram feitas em Elveden Hall, uma casa privada no Reino Unido projetada para parecer um palácio indiano. Quando as “festividades” começam, uma música Tamil chamada “Migração” toca ao fundo, contribuindo para a atmosfera sul-asiática (a versão original da canção continha uma recitação bíblica real do Bhagavad Gita, mas o canto foi removido na versão final do filme). Essa atmosfera indiana peculiar, combinada com as cenas lascivas testemunhadas por Bill enquanto ele anda ao redor da casa, em última análise aponta para o mais importante, e no entanto a parte mais oculta do filme: Tantra Yoga e seus derivados do ocultismo ocidental, Magia Sexual (Sex Magick). Esse último conceito foi “importado” pelo ocultista britânico Aleister Crowley e está agora no centro dos ensinamentos de várias sociedades secretas:

As conexões de Aleister Crowley com Yoga e Tantra indiano foram consideráveis e complexas. Crowley teve exposição direta a algumas formas dessas práticas e estava familiarizado com a literatura contemporânea dos assuntos, escreveu extensivamente sobre eles, e - o que é talvez o mais importante - ele praticou. Em sua avaliação do valor do Tantra, ele estava à frente de seu tempo, que habitualmente considerava o Tantra uma forma de hinduísmo degenerada. Em vez disso, ele afirmou que, “por mais paradoxal que possa parecer, os tântricos são, na realidade, os mais avançados dos hindus”. A influência de Crowley em trazer tradições esotéricas orientais, principalmente indígenas, para o Oeste se estende também à sua incorporação dos elementos de Yoga e Tantra na estrutura e programa de duas ordens mágicas influentes, a A.: A.:. e a OTO.

- Martin P. Starr, Aleister Crowley and Western Esotericism
 


 A citação acima estipula que os conceitos tântricos foram incorporados em duas sociedades secretas importantes: A.: A.: e a OTO (Ordo Templi Orientis). A OTO é ainda extremamente influente nos círculos da elite e atinge os mais altos níveis da política, negócios e até mesmo a indústria do entretenimento. No cerne destas ordens há a Thelema, uma filosofia criada por Aleister Crowley, que ele resumiu com o ditado “Faça o que tu queres”. Esse ditado é realmente uma tradução de “Fais ce que tu voudras”, o lema de uma sociedade secreta do século 18, a famosa Hellfire Club.

Hellfire Clubs foi dito ser locais de encontro de “pessoas de qualidade” que desejavam tomar parte em atos imorais, e os membros muitas vezes eram envolvidos na política". De acordo com uma série de fontes, suas atividades incluíam cerimônias religiosas de zombaria, adoração ao diabo e rituais ocultistas. Embora os detalhes sejam vagos em relação a esse clube de elite, eles eram conhecidos pela realização de ritos satânicos elementares como um prelúdio para as suas noites de prostituição. Esses atos não foram, contudo, apenas “por diversão” ou para “chocar as pessoas”, como algumas fontes podem alegar. Os membros eram iniciados nos mistérios ocultos e seus rituais eram baseados em antigos ritos que envolviam invocações e outras formas de magia negra.

Em suma, embora Kubrick nunca realmente tenha nomeado a sociedade secreta infiltrada por Bill, há indícios suficientes para compreender que tipo de clube que ele está se referindo. Mais importante, ele está dizendo a seus espectadores: ainda existem essas sociedades… e elas estão mais poderosas do que nunca.

O Ritual e Seus Participantes

O ritual começa com o Sumo Sacerdote, vestido de vermelho, realizando uma rotina cerimonial. Ele está no centro de um “círculo mágico”, formado por mulheres jovens que são muito provavelmente  escravas Beta sex-kitten. Mais tarde, quando Bill é desmascarado, outro círculo mágico é formado.

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Círculos mágicos é o conceito usado em ritual de magia durante invocações. A colocação das pessoas nessa cena lembra círculos mágicos. Direita: Um círculo mágico como retratado em um antigo grimório. 

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A última cena do filme se passa em uma loja de brinquedos - um lugar cheio de itens altamente simbólicos (mais sobre isso no próximo artigo). Aqui, Helena Hartford caminha perto de um brinquedo chamado “Círculos Mágicos” - mostrando que os caminhos ocultosda elite infiltram-se através da cultura popular, mas não são notados por aqueles  que têm os olhos bem fechados.

Amanda

No início do ritual, uma das escravas Beta vai até Bill e exorta-o a sair de casa antes que ele seja pego. Nós finalmente entendemos que era Amanda, a garota que estava desmaiada no banheiro de Ziegler. Quando Bill é pego e é (literalmente) desmascarado pelo Sumo Sacerdote, Amanda aparece na varanda de uma forma muito dramática e diz ao Sumo Sacerdote que quer “redimi-lo”, em um tom que se aproxima ao drama ritualístico. O sacerdote, em seguida, responde: “Tem certeza que você entende o que está tomando sobre si mesma fazendo isso?” Isso significa que ela vai ser abusada repetidamente e, em seguida, sacrificada.

 No dia seguinte, Bill descobre o verdadeiro poder dessa sociedade secreta.

  Bill descobre no jornal que Amanda foi encontrada morta em um quarto de hoteldevido a uma overdose. A maneira em que esse assassinato ritualístico é disfarçado como uma overdose é muito semelhante às muitas mortes ritualísticas decelebridades, disfarçadas de overdoses, que ocorrem na vida real. 


Olhando bem na imagem e na verdade lendo o artigo acima sobre Amanda, ficamos sabendo detalhes importantes sobre o passado dela (clássica integração de um sub-enredo oculto por Kubrick). Para aqueles “conscientes”, o artigo descreve perfeitamente a vida de uma escrava de programação Beta da indústria do entretenimento (ou seja, Marilyn Monroe). Nós realmente ficamos sabendo que Amanda era “emocionalmente perturbada” quando era uma adolescente e passou por “tratamentos” (uma palavra de código para programação MK talvez?). Ela tinha “amigos importantes no mundo da moda e do entretenimento”, e ela teve um “affair” com um designer de moda poderoso que ficou “impressionado por suas performances particulares, individuais e sedutoras” (comportamento típico de uma Beta kitten). O que o artigo porém convenientemente não menciona é que ela estava vendendo seu corpo para pessoas da elite e sendo usada em seus rituais de ocultismo.

Como é o caso das sex-kitten Beta que já estão “falhando”, ela foi eliminada pelas pessoas que controlavam sua vida. O artigo afirma que ela foi vista pela última vez sendo escoltada para seu quarto de hotel por dois homens e que ela estava “rindo” (drogada e dissociada?). Como os sacrifícios da elite na “vida real”, “overdose” é citada como a causa de sua morte.

O Sumo Sacerdote 

 Envolto em vermelho, o Sumo Sacerdote se senta em um trono que possui umsímbolo muito importante: A águia de duas cabeças com uma coroa em cima.

A águia de duas cabeças é um dos símbolos mais antigos e proeminentes da Maçonaria. A águia de cabeça dupla coroada é representativa do grau 33 da Maçonaria, o mais alto grau possível. Kubrick está dizendo que oSumo Sacerdote é um maçom grau 33? 


Como outros participantes do ritual, a verdadeira identidade do Sumo Sacerdote nunca é revelada. No entanto, Kubrick deixou algumas pistas insinuando a sua identidade e sua relação com Amanda.

Nos créditos finais do filme (e fontes como IMDB), é listado que o papel do sumo sacerdote foi feito pelo “assistente de direção” do filme, Leon Vitali. Se alguém ler atentamente a reportagem mencionada acima, Leon Vitali é o nome do designer de moda de Londres com quem Amanda teve um “affair”. Além disso, o Sumo Sacerdote tem um sotaque britânico inconfundível. Podemos, portanto, deduzir que o Sumo Sacerdote é o designer de moda.

 Trecho do artigo mencionando Leon Vitali. 


Essa subtrama escondida é interessante, pois revela a verdadeira natureza da indústria da moda e entretenimento. Indivíduos de alto escalão nessas áreas são iniciados em sociedades secretas ocultistas e lidam com os escravos MK.

O Poder da Sociedade Secreta 

Quando Bill é descoberto pelo Sumo Sacerdote, ele é dito que ele e sua família pagaria por qualquer transgressão. No dia seguinte, ele percebe que está sendo seguido por pessoas estranhas e fica paranóico.

  A manchete deste jornal é “Sorte por estar vivo”. Isso se aplica a Bill. 


 Logo após Bill deixar o necrotério para confirmar que Amanda morreu, Ziegler o chama e o convida para sair.

Acontecendo na sala de jogos de Ziegler, o vai-e-vem entre os dois homens é mais intenso do que qualquer jogo de bilhar. 


Embora Bill seja um médico rico, ele não faz parte da elite. A atitude de Ziegler com Bill deixa muito claro. Enquanto Ziegler parece querer ser honesto e direto com Bill, percebemos que ele está simplesmente tentando esconder a verdade horrível. Afinal, Bill é uma “pessoa de fora”. Ele diz a Bill:


 "Eu não acho que você percebeu que tipo de problemas você se meteu na noite passada. Quem você acha que essas pessoas eram? Aquelas não eram apenas pessoas comuns lá. Se eu lhe dissesse seus nomes - eu não vou te dizer os seus nomes - mas se eu o fizesse, eu não acho que você ia dormir tão bem".
 


Portanto Ziegler admite que as pessoas que frequentam o ritual eram pessoas de alto nível, conhecidas e poderosas. Kubrick está, portanto, deixando claro que os mais ricos, mais poderosos decisores do “mundo real” encontram-se nesses tipos de rituais… e que esses rituais estão fora dos limites para o profano.

Quando Bill menciona Amanda, Ziegler fica mais defensivo e responde: “Ela era uma prostituta” - o que significa que ela era uma escrava Beta que poderia ser facilmente eliminada. Então Ziegler diz a Bill que tudo o que aconteceu no ritual era uma farsa para assustá-lo, Bill responde:


“Você chama isso de uma farsa. Você se importa em me dizer que tipo de farsa termina com alguém acabando morto?”


Isso destaca a diferença fundamental entre a percepção do público de rituais de ocultismo e o que realmente acontece. Pessoas comuns são levadas a acreditar que esses rituais de elite não são nada mais do que reuniões patetas de pessoas com muito tempo em suas mãos. Na realidade, esses rituais elaborados muitas vezes incorporam tentativas reais de Magia Negra e incluem sacrifícios de sangue reais e outros atos terríveis.

Então Ziegler passa a contar a Bill a mesma coisa que a mídia diz para as massas quando alguém é sacrificado pela elite: Ela teve uma overdose, ela era uma drogada, era apenas uma questão de tempo, e a polícia não viu qualquer crime.

A segunda parte desta análise focou exclusivamente na sociedade secreta anônima que Bill se depara e seu ritual. Embora nada seja explicitamente enunciado para os telespectadores, o simbolismo, as pistas visuais e até mesmo a música de “De Olhos Bem Fechados” revela um lado oculto da elite que raramente é mostrado para as massas.O filme não apenas retrata os mais ricos e poderosos povos do mundo participando de rituais de ocultismo, mas também mostra como esse círculo tem também o poder de explorar escravos, para perseguir as pessoas, e até mesmo sair inocente com assassinatos de sacrifício. Ainda pior, a mídia de massa participa cobrindo seus crimes.

A sociedade secreta no filme se assemelha à  famosa Hellfire Club, onde as figuras proeminentes políticas reuniam-se para participar em festas satânicas elaboradas. Hoje, a OTO e as sociedades secretas semelhantes ainda participam em rituais que envolvem a energia física, visto que é como uma forma de atingir um estado de iluminação. Esse conceito, tomado do yoga tântrico, é o cerne das sociedades secretas modernas e poderosas. Embora nada disso seja realmente mencionado em “De Olhos Bem Fechados”, todo o filme pode ser interpretado como uma grande jornada “mágica”, que se caracteriza por um vai-e-vem entre forças opostas: a vida e a morte, luxúria e dor, masculino e feminino, luz e escuridão, e assim por diante… terminando em um grande momento orgasmico da iluminação. Esse aspecto do filme, junto com outros detalhes ocultos, serão analisados ​​na terceira e última parte desta série de artigos sobre “De Olhos Bem Fechados”.

Fiquem atentos para a Parte 3.

Fonte: VC

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“De Olhos Bem Fechados” foi promovido como um filme de suspense estrelado pelo casal da vez na época: Tom Cruise e Nicole Kidman. Embora os atores estarem em lugar de destaque no filme, foram as coisas a sua volta que contaram a história verdadeira de “De Olhos Bem Fechados”. A atenção de Stanley Kubrik aos detalhes e simbolismo deu ao filme todo uma outra dimensão - que não pode ser vista por aqueles que têm os “olhos bem fechados”. Esta série de múltiplas partes vai analisar o simbolismo oculto do último filme de Kubrick.
Eu me lembro quando eu assisti ao “De Olhos Bem Fechados” pela primeira vez em 1999. Rapaz, como eu odiei. Eu odiei o quão devagar era o filme, eu odiei como Nicole Kidman tentou se parecer bêbada ou drogada e eu odiei ver Tom Cruise andar por Nova York parecendo-se preocupado. Eu acho que reagi da mesma maneira que os críticos na época em que o filme saiu e pensei: “Esse filme é chato e não há nada de interessante nele”. No entanto, naquela época, eu acho que meus olhos eram “bem fechados”. Mais de uma década depois, equipado com um pouco mais de conhecimento e paciência, eu assisti novamente o filme… e minha mente entendeu. Na verdade, como a maioria dos filmes de Stanley Kubrick, um livro inteiro poderia ser escrito sobre o filme e os conceitos que o aborda. “De Olhos Bem Fechados” é de fato não apenas sobre um relacionamento, é sobre todas as forças externas e influências que definem essa relação. Trata-se do eterno vai-e-vem entre os princípios masculino e feminino em um mundo moderno confuso e decadente. Além disso, mais importante ainda, é sobre o grupo que governa esse mundo moderno - a elite secreta que canaliza essa luta entre os princípios masculino e feminino em um meio específico e esotérico. O filme porém não especifica nada, tudo é comunicado através de símbolos sutis e misteriosos enigmas. 
Stanley Kubrick morreu inesperadamente apenas cinco dias após a apresentação da edição final do filme à Warner Bros fazendo do “De Olhos Bem Fechados” seu canto final. Considerando que “De Olhos Bem Fechados” retrata uma sociedade secreta ocultista que elimina aqueles que cruzam seu caminho, algumas teorias surgiram sobre a morte de Kubrick e sua natureza suspeita. Será que ele iria revelar algo ao público muito em breve? Talvez. 
Vejamos os principais temas da última criação de Kubrik. 
O Casal Moderno

As estrelas do “De Olhos Bem Fechados” foram o par do momento em 1999: Tom Cruise e Nicole Kidman. Aqueles que estavam esperando o filme ser uma espécie de experiência voyeurista mostrando cenas quentes do casal, provavelmente ficaram muito decepcionados. O público teve ao invés um casal egoísta, frio e profundamente insatisfeito, que parecia estar amarrado junto, não por puro amor, mas por outros fatores, como a conveniência e aparências. Embora o casal seja muito “moderno” e de “classe alta”, as forças que os mantêm juntos são o resultado de um comportamento básico, primordial e quase animalesco. Se olharmos para o comportamento instintivo dos seres humanos e animais, os machos procuram principalmente por mulheres que têm boas qualidades fértis enquanto as fêmeas procuram um provedor forte. Resquícios desse comportamento ainda existem hoje, visto que os homens tendem a exibir riqueza e poder para atrair as fêmeas, enquanto as fêmeas mostram sua beleza para atrair os machos. Em “De Olhos Bem Fechados”, o casal segue perfeitamente esse scriptinstintivo.

O personagem de Tom Cruise é chamado Dr. Bill… como na nota de um dólar. Várias vezes durante o filme, Dr. Bill mostra seu dinheiro ou seu “crachá médico” às pessoas para levá-las a fazer o que ele quer. Bill faz parte da classe alta e suas relações com as pessoas da classe baixa são muitas vezes resolvidas com dinheiro.

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 A fim de conseguir que este taxista o espere na frente da mansão da elite,  Dr. Bill rasga uma nota de cem dólares e promete-lhe dar a outra metade quando ele voltar. O lema de Dr. Bill é, provavelmente, “Todo mundo tem um preço”. Será que a sua própria mulher tem um preço?

Interpretado por Nicole Kidman, Alice perdeu o emprego no mundo da arte e agora é totalmente bancada pelo salário do marido. Embora ela viva uma vida muito confortável, Alice parece estar extremamente entediada com a vida de uma mãe que vive dentro do lar. O nome Alice é provavelmente uma referência à personagem principal de Alice no País das Maravilhas - um conto de fadas sobre uma menina privilegiada, que está entediada com sua vida, e que vai “através do espelho” para chegar ao País das Maravilhas. Em “De Olhos Bem Fechados”, Alice é frequentemente mostrada olhando para o espelho - cuidando de si mesma ou … talvez procurando algo mais para a vida.

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 Alice é frequentemente mostrada na frente do espelho e se arrumando. No início do filme, quase todos os que falam com ela mencionam sua aparência. Sua filha Helena (talvez em homenagem à Helena de Tróia, a mulher mais bonita do mundo) segue seus passos.

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  As imagens promocionais para o filme apresentam Alice beijando Bill, mas olhando para si mesma no espelho, quase como se estivesse vendo uma realidade alternativa.

Embora o casal mostre sinais de cansaço, Bill e Alice colocam suas “máscaras felizes” quando é hora de participar de eventos sociais. Como as pessoas da elite que eles se socializam, existe uma grande diferença entre a fachada que eles colocam e a realidade.

Reunindo-se com a Elite

Bill e Alice vão a uma festa elegante dada por Victor Ziegler, um dos pacientes ricos de Bill. A julgar pela casa de Victor, ele simplesmente não é rico, mas é parte da ultra-elite. Embora a sua festa seja muito elegante e frequentada por pessoas altamente cultas, não demorou muito para os telespectadores perceberem que essa fachada esconde um lado negro nojento. Além disso, pequenos detalhes inseridos por Kubrik dão dica para uma ligação entre a festa a um ritual oculto que ocorre no final do filme.

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Ao entrar na festa, a primeira coisa que vemos é esta decoração de Natal peculiar. Esta estrela de oito pontas com um círculo em seu centro se encontra em toda a casa.
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 A estrela na casa de Zeigler é quase idêntica ao antigo símbolo da estrela de Ishtar. 

Conhecendo a atenção de Kubrik ao detalhe, a inclusão da estrela de Ishtar nesta festa não é um acidente. Ishtar é a deusa babilônica da fertilidade, do amor, da guerra e, principalmente, da sexualidade. Seu culto envolvia prostituição sagrada e atos ritualísticos - dois elementos que vemos claramente no final do filme.


 "Os Babilônios davam a Ishtaroferendas de comida e bebida no sábado. Eles, então, se juntavam em atos ritualísticos de fazer amor, que por sua vez invocavam o favor de Ishtar sobre a região e seu povo para promover a contínua saúde e fecundidade.“

 - Deusa Ishtar, Anita Revel
 

Ishtar foi considerada a "cortesã dos deuses” e teve muitos amantes. Embora inspirada na cama, ela também foi cruel para os homens que se apegavam a ela. Esse conceito constantemente reaparece, especialmente com Alice.

Durante a festa, Bill e Alice se separam e ambos são confrontados com a tentação. Alice encontra um homem chamado Sandor Szavost que pergunta a ela sobre a “Arte de Amar” de Ovid. Esse livro, escrito durante os tempos da Roma Antiga, era essencialmente um guia de “Como Trair Seu Parceiro” e era popular entre a elite da época. O primeiro livro abre com uma invocação a Vênus - o planeta esotericamente associado com a luxúria. Interessante, pois Ishtar (e seus equivalentes em outras culturas semíticas) foi considerada a personificação de Vênus.

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 Sandor bebe da taça de Alice. Esse truque foi tirado diretamente
 da obra “A Arte do Amor”, e envia à Aliceuma mensagem que não é muito subliminar: “Eu quero trocar fluidos com você.”

O nome de Sandor pode ser uma referência ao fundador da Igreja de Satanás que é Anton Szandor Lavey. Será que essa é uma maneira de Kubrik dizer que esse homem que insiste em fazer Alice trair seu marido é parte da elite oculta e de seus modos decadentes? O homem húngaro é aparentemente experiente em programação neuro-linguística (PNL), visto que ele continua a dizer frases bem calculadas a fim de fazer Alice trair seu marido. A julgar pelo estado de embriaguez de Alice, Sandor lhe dá um discurso sobre a futilidade da vida conjugal e da necessidade de buscar o prazer.

Enquanto isso, Bill está conversando com duas modelos paqueradoras que lhe dizem que querem levá-lo para “onde o arco-íris termina”. Embora o significado dessa frase enigmática nunca seja explicitamente explicado no filme, os símbolos falam por si.

Arco-íris por Todos os Lados

Arco-íris e luzes multicoloridas aparecem ao longo do filme, desde o início até o fim.

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 O nome da loja onde Bill aluga seu traje é chamada de “Arco-íris”.
 O nome da loja abaixo dela: “Debaixo do Arco-íris”. Acho que Kubrik está tentando nos dizer algo… algo envolvendo arco-íris.

Como se para enfatizar o tema multicolor do arco-íris, quase todas as cenas do filme contêm luzes de Natal multicoloridas, dando à maioria dos cenários um clima nostálgico de luzes e brilho.

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Quase toda vez que Bill entra em um quarto, a primeira coisa que vemos são as luzes de Natal multicoloridas. 

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  Às vezes, as luzes de Natal são o foco da atenção. 

Essas luzes unem a maioria das cenas do filme tornando-as parte da mesma realidade. No entanto, existem algumas cenas selecionadas, onde não há absolutamente nenhuma luz de Natal. A principal delas é no palácio Somerton - o palácio onde o ritual da sociedade secreta ocorre.

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 Acentuadamente contrastando com o resto do filme, Sommerton 
é completamente desprovido de luzes multicoloridas. Tudo nesse
lugar é uma acentuada oposição ao “mundo exterior”.

Em “De Olhos Bem Fechados”, há, portanto, dois mundos: o das luzes de Natal, cheio do “mundo do arco-íris”, onde as massas passeam, tentando sobreviver e o outro mundo…, “onde o arco-íris termina” - onde a elite se reúne e realiza seus rituais. Simplesmente por ver o contraste entre os dois mundo, sentimos um fosso quase intransponível entre esses dois mundos. O filme vai mostrar claramente como os do “mundo do arco-íris” não podem entrar no outro mundo.

Então, quando as modelos pedem para Bill ir “onde termina o arco-íris”, elas provavelmente se referem a ir “onde a elite se reúne e realiza rituais”. Também pode significar onde elas vão ser escravas de programação Beta dissociadas. O conceito de arco-íris pode também se referir ao controle mental monarca (leia este artigo para obter mais informações), visto que as mulheres que tomam parte em rituais de elite são muitas vezes produtos de controle mental Illuminati. No vocabulário MK-Ultra “ir além do arco-íris” significa dissociar da realidade e entrar em outra persona (mais sobre isso depois).

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 As modelos pedem para Bill deixar o “mundo do arco-íris” (há uma árvorede Natal bem atrás deles) para entrar nos rituais nojentos da elite oculta. Atrás da Cortina
 
O flerte de Bill com as modelos é interrompido quando Ziegler o chama para o seu banheiro. Lá, temos uma primeira visão de “onde o arco-íris termina” - a verdade sombria sobre a elite.

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 Bill vai com Ziegler a seu banheiro gigantesco, que está vestido e acompanhado de uma mulher nua… que não é sua esposa. A mulher está inconsciente. 

Se voltarmos um pouco, quando Bill e Alice entra pela primeira vez na festa, eles foram recebidos por Ziegler e sua esposa em uma sala cheia de luzes de Natal. Mas quando Bill vai “aonde termina o arco-íris” (aviso que não há luzes de Natal no banheiro), vemos a verdade feia: Ziegler não é um homem casado e respeitável - ele está com uma escrava de programação Beta em overdose. Quando a mulher ganha consciência, Ziegler fala com ela, uma questão paternal estranha, destacando o fato de que ele é o mestre e ela é a escrava. O ambiente luxuoso dessa cena é a maneira de Kubrik dizer que a extrema riqueza não necessariamente se iguala a uma moral elevada.

Ziegler, em seguida, pede para Bill manter tudo o que acabou de ver um segredo. O mundo “onde o arco-íris termina” nunca deve ser revelado ao outro mundo. Ele opera em seu próprio espaço, tem suas próprias regras e depende da ignorância das massas.

Casamento Questionável

Embora Alice tenha no final rejeitado os avanços de Sandor, ela foi, no entanto, incitada por eles. No dia seguinte, Alice diz a Bill que ela poderia ter o traído na festa. Quando Bill diz à esposa que ele ama e confia nela, ela se solta completamente. Ela então começa a lhe contar uma história sobre como uma vez ela estava pronta para traí-lo com um oficial naval que ela conheceu em um hotel. Essa história cruel traz a “Ishtar” dentro de Alice, visto que ela provoca em seu marido sentimentos de ciúme, insegurança, traição e até humilhação. Em suma, Alice propositadamente convocou o lado negativo das relações. Essa conversa faz com que Bill embarque em uma viagem estranha ao redor da cidade de Nova York, que tem vários níveis de significados e que o leva a exatamente o oposto do casamento: cópula anônima, mascarada com estranhos em um ambiente ritualístico. A estranha jornada de Bill será novamente analisada na segunda parte desta série de artigos.

A primeira parte desta série de artigos sobre o “De Olhos Bem Fechados” tomou um amplo olhar para o casal moderno formado por Bill e Alice, que tem o “privilégio” de se reunir com o alto escalão de Nova York. Enquanto tudo parece grande na superfície, Kubrik diz rapidamente aos telespectadores para não serem enganados pelas aparências e não ficar impressionado com exposições de riqueza e de cultura. Porque por trás do “mundo do arco-íris” existe uma realidade sombria e perturbadora, que Kubrick expõe de muitas maneiras sutis ao longo do filme.

Embora Bill e Alice sejam simplesmente “convidados” ao círculo de elite, eles ficam, no entanto, fascinados e atraídos por ela. Eles veem nesse estilo de vida uma forma de satisfazer as suas necessidades sombrias e secretas. Na próxima parte desta série, vamos olhar para o significado oculto da jornada de Bill - uma história contada por símbolos sutis salpicados no filme.

Fique atento para a parte II desta série sobre o filme “De Olhos Bem Fechados”.

Fonte: VC

Claudia (Kirsten Dunst), Interview with the Vampire (plus Louis and Lestat!)

By popular request, the Vampire Claudia returns! I’ve made this character a few times before, but I’m most pleased with this version. I’ve always loved her blue dress, but now I feel I’ve improved enough sculpting hair that her bangs are closer to how I want them.

Claudia, Louis de Pointe du Lac, and Lestat de Lioncourt are available now for purchase at my Etsy shop. Just in time for Halloween! ‍♀️‍♂️‍♂️⚜️

(Also, a HUGE thank you to @costumeloverz71 for the high resolution photos of the dress!)

Louis - Blood // Water

Tribute to l'enfant terrible herself, Claudia.

For those unaware, Claudia was based on Anne Rice’s own daughter Michele, who died at five years old from leukemia. The resulting depression led to Anne Rice publishing her first of many gothic horror novels, starting with Interview with the Vampire, in 1976. While Claudia was based on Michele, so was Lestat on her husband Stan (originally intended to be named Lestan) and Louis on herself.

The 1976 novel is unfortunately the only entry in The Vampire Chronicles from Louis’ POV, which came from a place of her own personal trauma. Lestat was obviously a far more flamboyant, fun, fanciable character for her to focus on, but ultimately not as prone to exploring the existential crises and philosophical questioning present in her original novel.

One may also notice that the doll shop owner Madeleine’s backstory is that of a mother who lost a young daughter who likewise never got to grow up. Rice’s house in New Orleans was famously filled with antique dolls, which is imagery very much associated with Claudia.

For obvious reasons, a five year old was deemed unable to handle the demanding role of Claudia, which is that of a woman’s mind driven mad trapped in a child’s body (she’s actually over eighty years old by the end of her story), and so the role was aged up for a then eleven-year-old Kirsten Dunst. There was a nationwide search that included younger actresses, but Dunst was one of the few who could handle the part. She actually didn’t get to see the film until years later, either. The 1994 film also included her first kiss, which was with none other than Brad Pitt, though neither were enthused! Dunst also wore the blue dress when she attended Rice’s Memnoch Ball in 1995.

The biggest crime of the later books is how Anne Rice completely threw away what would’ve been far more profound for Louis (and of course, Claudia was dead) because of her rampant author’s pet blind spot. Ironically, Louis was her self-insert, while Lestat was her husband and Claudia was her dead daughter.

It’s like it never occurred to her that the “Human Nature” trope (see Clark in Superman II, Angel in Angel: the Series, Clark again in Smallville, the Tenth Doctor in Doctor Who, Castiel in Supernatural, etc…) is so much more profound for the tragic inhuman character who actually desires most to be human, is at odds with their own species or wants to experience human belonging/family/love, rather than the one who would happily throw away that humanity they never really wanted (Lestat in The Tale of the Body Thief). Funnily enough, Brad Pitt’s Meet Joe Black is also this trope. Louis, not Lestat, is the character who belonged with this trope as it is in every other piece of fiction that uses it. Those medias understood it’s best used as a heartbreaking gut punch instead of a comedy romp. It’s something that hurts when it is cruelly snatched away or must be given up for the sake of a duty larger than oneself. The only Vampire Chronicles character who would prefer even more to be human than Louis because of the profound unhappiness in their physical form would be Claudia. It’s the thing they most have in common together.

Merrick was yet another time when these characters’ potential to continue on the center stage was woefully misused and under-realized in favor of endless new OCs and Lestat. Louis was written out of the starring role that put Anne Rice’s career on the map the second she and the fandom wrote him off as a liar, despite never being able to fully retcon out Lestat’s actions during Interview with the Vampire. There were certainly better uses for Claudia’s ghost than as a cruel manipulation that then never gets closure for her or Louis’ obviously continuing feelings for her. Given that he’s still not over her death more than a century later, it’s always the elephant in the room in regards to Louis in the present. It’s the storyline that keeps Louis frozen in time, unable to continue his own story beyond the 19th century except as a series of vignettes and observations by other characters. Merrick completely failed both Louis and Claudia. He’s as much of a ghost in the present story as she is.

Because of this, Louis’ story now will always be incomplete; a profoundly influential character used as little more than a prop in the background of other characters’ narration. And of course, Claudia’s tragedy was being incomplete from the start.

Characters like Angel and many copycats (not only vampire characters either–Russell T Davies has fully admitted Buffy and Angel’s influence on his Doctor Who revival and Torchwood spinoff, while the entire Fanged Four are Anne Rice’s archetypal lineup) would directly not exist without Louis. And yet, Angel got the center stage as the deeply-flawed inhuman protagonist with a “human soul” that Louis never got again. Louis is Anne Rice’s archetype (a massive influence on all inhuman creatures with human feelings ostracized from their own kinds, doomed to never belong to either world and the outsider looking in on a life they can never have) that has actually inspired more leads than Lestat ever did. Other media, in Interview with the Vampire’s image, knew that the flashier, funnier, cooler Lestat archetype (which was likewise influential, but rarely an initial lead) is instead an antagonistic, often villainous foil to a more serious, introspective character’s existential crisis and the greater philosophical and moral depth that this brings a story.

Anne Rice stumbled upon that when she wrote Interview with the Vampire, but seemingly didn’t understand it. Or perhaps it was easier for her to avoid her personal trauma by focusing instead on an object of fantasy and fancy.

Unfortunately, she denigrated Louis to make Lestat palatable as an antihero instead of a villain or even antivillain. He and his POV became inconvenient to the change in narrative and Lestat’s POV became rarely challenged, despite him being the more likely of the two to fit as the unreliable narrator with far more reasons to lie and make himself look better. His verifiable actions contradict lies like him only killing evildoers. Claudia being the most glaring refutation, but also the fact that Louis was targeted not because he was evil, but rather because he had wealth Lestat wanted. Louis was telling his story as a cautionary tale in which he wasn’t sugarcoating himself (quite the opposite–he’s the king of self-loathing) or anyone else, not a narcissistic ego trip disguised as a rebuttal.

The author’s retcon and fandom buying into the narrative of Louis as the unreliable narrator is a huge mistake and it goes a long way to explain the fall in quality of the later series. Louis should never have been consigned to the role of Antonio Salieri.

Interview With The Vampire - Welcome To The Black Parade

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Just stay alive! I’m not going to lose you!


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