Braços abertos na paisagem? Pontos turísticos? Fotos do jantar para colocar no instagram e esfregar na cara dos outros como foram felizes nossas férias? Não, obrigado. Prefiro ser feliz de verdade e guardar no coração e na retina imagens da minha amada fazendo novos amigos e se divertindo com eles. Prefiro ouvir dela, meses mais tarde, depois de fazermos amor ao fim de uma dia cansativo: “Amor, lembra daqueles três caras que a gente conheceu na praia? Vamos ver de novo as fotos deles me comendo?”
Minhas férias foram reprogramadas em cima da data e, para não perder as passagens e o hotel que reservei para mim e para o meu amor, aproveitei para realizar uma antigo desejo: convidei para acompanhar a minha esposa um amigo com quem há muito fantasiávamos vê-la transar.
Eu me perguntava quanto tempo levaria para que ele se desse conta de que o presente não era a viagem, mas uma semana de sexo com a mulher mais incrível da face da terra. Não demorou muito: na manhã seguinte ela já me enviou uma foto tirada por ele na cama do hotel. Descabelada e com os seios à mostra ela folheva sorrindo o guia que eu havia comprado para nossa viagem: “Obrigado pelo presente maravilhoso, amor! Nós tínhamos razão em nossas fantasias: o pau dele é uma delícia! Se eu pudesse passava o tempo todo aqui no quatro transando com ele, mas as praias são lindas e vamos sair para conhecer. Quero ao menos voltar bronzeada para você. Beijos, te amo”.
Durante a madrugada, minha amada caminhava nua pé ante pé no corredor do hotel até o quarto daquele homem que conhecemos na piscina ontem à tarde. Eu, encantado aquela mulher que enchia de orgulho, puxei o celular e bati uma foto antes que ela entrasse naquele quarto em que passaria a noite transando com um desconhecido. Ao fim da semana, voltaríamos para nossa casa, para nossos filhos, nosso trabalho. E ela voltaria a ser a esposa dedicada e a mãe amorosa com quem tenho a sorte de dividir a minha vida.