#ciclos

LIVE

Puedes dejar de contar

cuando quieras.

Los días volverán

a sucederse en bucle

en sus ciclos sempiternos.


Se morirán los amantes

pero no el amor,

al igual que se apagarán las guerras

pero no la hoguera del odio.

Se secarán los campos,

germinarán las flores;

las nubes del cielo gris

serán lluvia bajo la que bailar mañana

y en tiempos de caos o calma

sólo habrá que tener paciencia.

Todo cambia.

Para seguir completando ciclos

por los siglos de los siglos

hasta que “nada” no sea ni una palabra.


Mientras tanto, y pase lo que pase,

la vida es la vida.

El arte es inmortal.


La poesía nunca muere.


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Montanhas-russas


Eu nunca gostei de montanhas-russas. Quando eu era pequeno, passei pela experiência de andar em uma montanha-russa infantil. Chorei, chorei até soluçar. Alguns anos depois, na adolescência, decidi experimentar mais uma vez, afinal de contas eu cresci, e o meu medo poderia ser mesmo só uma coisa de criança.

Aos quinze anos, sentado no primeiro vagão, as travas de segurança do brinquedo descem e eu percebo que me encontro sozinho. A comitiva começa a se mover, agora é impossível desistir. As engrenagens dos trilhos estalam enquanto trabalham para nos empurrar para cima. O passeio é agradável, mas a altura me assusta. E se alguma coisa der errado? Não há nada que eu possa fazer. Eu fecho meus olhos e torço para que tudo dê certo.

Logo os estalos cessam. Uma calmaria gentil toca o meu peito e meus olhos se abrem. Pequenos pontos luminosos brilham e decoram os céus crepusculares daquele fim de tarde. Do topo da montanha-russa, o ar é fresco e o horizonte é infinito. Mas os trilhos voltam a estalar suas engrenagens.

O desespero toma conta de mim, eu ainda não estou pronto para a descida. Eu olho para cima e jogo meus braços ao alto tentando agarrar aquele último pedaço de céu estrelado, mas a descida ao inferno já começou. E então eu grito, grito de raiva, grito de medo, grito de angústia. Grito da descida repentina, das viradas em trancos abruptos, dos loopings e suas reviravoltas indesejadas e, principalmente, das incertezas do que poderá vir a seguir. Eu grito tudo o que eu posso até que não tenha mais ar em meus pulmões para isso. E então eu choro, choro até soluçar.

Eu nunca gostei de montanhas-russas, e mesmo assim eu não consigo escapar delas. Quando olho para os seus olhos, vejo novamente as estrelas iluminando o horizonte infinito. Eu sei que logo a descida vai chegar, porque esta é uma montanha russa. Sei que logo os trancos vão me fazer chorar, e não há nada que eu possa fazer.

Eu sei que eu não quero parar de vislumbrar esses seus céus acastanhados, mas eu sei que eu não quero mais andar em montanhas-russas.


OrenZ


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