#projetoflorida
V - Quando alguém te encarar por muito tempo, não evite o olhar, tente mostrar quem manda nessa arte, o perdedor desviara o olhar primeiro.
The Nites:Livro Niteriano
Desentendimento mental
Estou cada vez mais distante de você
Tudo que minha mente fala parece fútil
Eu não tenho seus olhos
E nem sua magnífica didática
Existe um bloqueio mental em mim
Estou sempre me comparando a você
Tudo é sobre como vou superá-la
Nunca pensei que iria dizer isso
Mas é possível viver sobre sua sombra?
The Nites
I - Desde pequeno a cor amarela sempre me trouxe uma calmaria, hoje adulto, sinto que nada mudou, tenho prazer nessa cor, tenho conforto.
The Nites: Livro Niteriano.
Escutem!
As lagrimas são mais verdadeiras que os sorrisos.
The Nites: O Criador.
O que você quer de aniversário?
Ela:O que você quer de aniversário ?
Eu: Não sei…
Minha mente: (um beijo seu e uma declaração).
- The Nites: Sobre 29/05
Eu não quero produzir apenas quando eu estou mal. Quando estou deprimida, para baixo, em crise, prestes a arrancar os cabelos, a cortar a pele apenas para sentir algo.
Como se talento, criação e sofrimento fossem a mesma coisa.
Talvez a arte seja uma forma de se fazer ouvido, de traduzir as inquietações e o cérebro que se contorce, para o papel. Verdade é que Van Gogh não era talentoso porque cortou a porra da orelha fora e depressão e transtornos mentais não ajudam tanto na arte como se diz por aí.
Honestamente, quando menos produzi foi quando estive pior. É difícil criar uma obra de arte estando na cama, talvez Frida Kahlo tenha conseguido, mas honestamente, eu não estou nesse nível ainda.
As pessoas não sabem do que falam. As pessoas romantizam cada coisa…
Eu não quero acreditar que escrevo bem apenas quando quero morrer, e a arte seja um balde onde vomito tudo aquilo que não me faz bem, a privada do banheiro da balada onde você coloca pra fora todo o exagero do resto da noite, sem pensar, sem refletir, sem criar por querer fazer algo que valha a pena.
Bom, eu já passei dessa fase. Não quero arrancar os cabelos, ou morrer, ou sequer ficar na cama. Não quero perpetuar a ideia de um comichão no espírito pelo bem maior. Não existe bem maior na doença. A arte está do lado oposto.
A verdade é que Van Gogh criou coisas incríveis apesar de seus demônios, não por causa deles, não vamos dar tanto crédito assim para a dor. Quando estive internada, meu psiquiatra me falou para canalizar essa dor em algo criativo, algo produtivo, e isso me ajudou, é verdade, mas não é esse motivo pelo qual eu estou aqui ainda.
Esse não é o motivo pelo qual escrevo.
As ideias não brotam da terra infértil que é a depressão, as ideias lá, costumam morrer, antes mesmo de suas raízes se espalharem por debaixo da terra. Criar tem algo como derramar parte de nós em algo tangível, palpável, imortalizado no texto, na pintura, na música. Transferir-se para algo material, até que o outro possa olhar e então não é mais nosso, e há uma beleza nisso.
Acredito nessa beleza, acredito nesse processo, lento, que cozinha na mente até pingar no papel. Todo o resto é besteira.
Todo o resto é a orelha de Van Gogh que foi cortada como um sacrifício para algum demônio da arte. E aqui, eu reviro os olhos, aqui eu saio do recinto. Eu não quero me sacrificar mais, eu já tentei e só ganhei uma internação e acompanhamento psiquiátrico.
A arte é mais que isso. Eu quero ser mais que isso, ainda que meus textos e histórias não sejam felizes, ainda que minha mente crie as piores histórias, ela está em paz e é por isso, que as histórias transfiguraram-se em palavras num texto.
Chego tarde da noite em casa, as luzes do meu prédio já estão quase todas apagadas, indicando que a maioria já foi dormir. Do portão do condomínio, consigo ver minha janela, com as luzes igualmente apagadas.
Ao fim do estacionamento, que está localizado no meio de dois prédios, existe um parquinho que está aí desde que me mudei para cá. Ele já é bem antigo, e as crianças não brincam nele mais. Suas cores amarelo e vermelha estão opacas e em vários cantos pode-se ver o ferrugem tomando conta. Um dos balanços está quebrado e pequeno escorregador segue por um fio. Eu me dirijo até ele, quando sinto que não quero entrar em casa. Quando sinto que não quero sentir o cheiro do meu espaço, e os móveis dispostos de certa forma. A casa vazia, as paredes sujas. Meu cheiro no meu quarto e a minha cama, que me espera para deitar.
Sento-me em um dos balaços que pode quebrar a qualquer momento, ainda mais com o peso de uma mulher adulta, mas dou de ombros. Às vezes eu tenho pavor de ficar sozinha, pavor de olhar minha casa e sentir que há espaço suficiente para pensar. Tenho pavor de dormir, por isso preciso de auxilio de um remédio. Fechar os olhos, com a cabeça deitada no travesseiro, faz com que lembranças inundem meu cérebro. De olhos fechados tudo parece mais intenso. As lamentações, o peso dos dias, minhas saudades. Eu continuo olhando para o espaço vazio ao meu lado. Eu não funciono bem sozinha. A solidão sempre grita alto demais para mim, não importa o quanto eu tape os ouvidos. Sentada no balanço, eu acendo um cigarro enquanto eu olho para a lua tão cheia e amarela, por entre as árvores. Eu penso que eu não quero subir as escadas. Sentada ali, me sinto confortável balançando, levemente, para frente e para trás.
Eu sou cheia de medos e inseguranças que quase se sobressaem na pele. Nesses momentos, sem ninguém a minha volta, eu assumo que sou frágil. Uma vez me disseram que eu não pareço insegura. Talvez pela forma que converso, talvez pela forma que me porto. Talvez seja as últimas fotos postadas nas rede sociais. Tudo para fingir bem. Me esconder bem. Tudo para não estar sozinha, sentada no velho parquinho do prédio.
Meu cigarro queima rápido demais e não demora a eu jogar a bituca no lixo. A vontade é acender outro. Eu estou fumando demais. Vivo sobre a ajuda de coisas externas. Antidepressivos, controladores de humor, indutores de sono. Cigarro para acordar, depois do café. Cigarro para pensar. Um calmante se eu tiver um crise, cigarros também para aguentar crises. Sexo se estiver me sentindo sozinha. Talvez uma balada. Eu não me basto. Café para acordar e curar a ressaca. Álcool para me divertir, talvez outras drogas, dependendo do tamanho do estrago. Tudo para tentar possuir por mais tempo uma felicidade que nunca foi minha por direito. Terceirizando os serviços que eu deveria fazer por mim mesma.
Tudo que vai contra ao que aprendi na terapia.
Me balanço um pouco mais forte, e o rangido das correntes começa a ecoar por todo o estacionamento. Agora, consigo sentir o vento contra meu rosto e meus cabelos esvoaçarem contra o impacto. Eu queria estar confortável dentro de mim, mas me sinto apertada dentro dessa pele que parece mais uma roupa justa demais. Não é questão de chorar mais, é uma questão de um entorpecimento a longo prazo. Agora estou indo mais rápido, eu quase me sinto tranquila. Quase não penso em mais nada. Quase… Agarrando essa frágil paz pelas mãos.
AH! MAR…
Uma onda de sonhos
Estoura na areia
Do meu despertar
Luz que me ilumina
Sol que me aquece
Brilho que bronzeia
Ao te ver chegar
Ah! Mar
Vívido por entre
As minhas conchas
Espumante
Lençol do meu amar
Parece que no céu
Da minha boca
Você se reflete
No mesmo élan…
MárciaMarko
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COMO CHUVA…
Nuvens de saudades
Escureceram o nosso tempo
Senti uma gota do céu
Como chuva
A escorrer nos meus olhos
Trovoadas de emoções
No meu coração
Ah! Como é lindo
Este arco-íris no clarão
Quando eu vejo
O seu sol me iluminar
Aquecida com o seu amor
Que nessa chuva
Me faz sonhar…
MárciaMarko
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ESTAÇÃO OUTONO
Paisagem cinzenta
Carregada de amor
Ventos gélidos
Que assobiam o seu nome
Mostrando que eu estou
No caminho certo
Estação outono
Folhas que caem
Das árvores
Vestígios
Que você passou
Por aqui
Ah! Meus passos se atrasaram
Tanto tempo esperaram
O seu agasalho
O seu cachecol em mim…
MárciaMarko
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ESTOU DISTRIBUINDO
Estou distribuindo
Abraços solidários
A minha cesta básica
Está repleta de amor
Tem muitos
beijinhos caridosos
Arroz de ternuras
Bolachas doces
Maria de paixão
Gestos missionários
Você é o contemplado
Para ganhar esta doação
Sem sorteio
Para me amar
Estou distribuindo
Vem buscar…
MárciaMarko
https://sonhandopoesias.blogspot.com/2022/06/estou-distribuindo-um-poema-de.html
OUTONO
Tempo de folhas secas
De cores que se espalham
Aos que verão
Tempo de cobrir a colheita
E derreter a geada
Que insiste atingir
O coração
Tempo de se encolher
Para a vida
Me envolver nos braços
Do seu calor
Ah! Tempo de cantarolar
Como um pássaro
Presa em mais um abraço
Estação do seu amor…
Outono…
MárciaMarko
https://sonhandopoesias.blogspot.com/2022/05/outono-um-poema-de-marciamarko.html