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Y ahora te escribo porque sé que no leerás esto, o quizás sí, porque te extraño, extraño cómo eras y extraño lo que nunca fue. Porque una parte de mi no logra entender cómo de un día a otro eras otra persona, y empiezo a dudar si lo que sentiste era verdadero, porque dices quererme pero las palabras no son nada sin acciones.
¿Es que fue tan fácil? Decirme adiós fue tan jodidamente fácil que a duras penas me avisaste que te ibas, y pareciera como si ahora la única que sintió lo nuestro fui yo.
Y es eso, que lo nuestro fue incierto, lo nuestro fue todo y fue nada, existimos y la vez no, vivimos y soñamos, y al final: nada. ¿Cómo haces para sentir esa nada, cuando yo estoy aquí sintiendo todo, queriendo encontrar el botón de mute de mis sentimientos?
Deitados na relva, fazendo planos para o futuro e escolhendo os nomes dos filhos que teremos: risadas, carinhos, abraços e cumplicidade… tudo isso apenas uma hora depois de ela ter chupado um homem bem mais velho dentro do carro dele no estacionamento do shopping enquanto eu cuidava para ver se não aparecia ninguém. Adoro essas conversas lado a lado com ela, em que podemos abrir o coração um ao outro… foi assim que depois de me ouvir, ela se virou debruçando-se: “Posso chupar outro homem se você quiser, amor; mas ainda preciso me acotumar com a ideia de outro homem entrando em mim…”
Aqueles que olham a foto que minha mãe exibe orgulhosamente em um porta-retrato na sala da sua casa não suspeitam que naquela noite não foi o noivo que a despiu de seu vestido, muito menos que não foi o primeiro homem a transar com ela na noite de núpcias. Mesmo sem saber a verdade, eles estão certos: somos o casal perfeito. À nossa maneira, mas somos.
Não me importa com quantos homens minha amada transa: se eu puder tê-la assim nos meus braços todas as manhãs já vou me sentir o homem mais feliz e amado do mundo.
Nosso namoro ficava mais sólido a cada dia: nos gostávamos cada vez mais e fazíamos de tudo para tornar o dia um do outro mais feliz. Ela já conhecia meus pais, adorava meus cães. já sabíamos os sabores preferidos um do outro e o tanto de açúcar que ela colocava no café. Já havíamos confessado muito dos nossos sonhos e dos nossos segredos: eu já sabia que ela havia chupado o pau de cinco caras diferentes na festa de formatura do ex-noivo dela [e ele até hoje não faz a menor ideia de quem era a “putinha” que estava chupando todo mundo no banheiro porque queria aproveitar a noite ao lado da noiva] e ela já sabia o quanto eu lamentava ela ainda não ser minha namorada quando me formei. Eu já sabia extamente que tipo de homem a excitava e sussurrava-lhe coisas impublicáveis cada vez que algum passava por nós. Eu conhecia de cor cada uma das tatuagens espalhadas por aquele corpo lindo e sempre comentava quanto a tinha nua em meus braços: “E se você tatuasse o nome de cada um dos homens com quem você foi infiel, amor?” E ela respondia sorrindo: “Ia faltar pele, amor”.
Nossa paixão ainda ardia forte e ela ainda não havia estado com outros homens desde que admitimos um para o outro que éramos namorados, apesar de ela nunca ter sido fiel e ter traído todos os seus namorados com vários homens. Olhei com carinho para ela e sugeri: “Começa uma lista nova agora, amor” Ela baixou os olhos e eu continuei: “Você não está pensando em parar logo agora que encontrou o homem da sua vida, não é?”. Ela sorriu e levantou os olhos, falando suave e decididamente: “Se é isso que você quer de mim, amor, vai faltar pele para tanto nome…”
